28 de mai. de 2013

As Obras de Misericórdia não saíram da moda


Nossos dias são marcados pela pressa, pela agilidade, pela rapidez, pela necessidade de ganhar. Michelangelo passou dezesseis anos pintando a Capela Sistina. Fez isso pela grandeza e pela beleza, pelo sonho e pelo ideal. Se fosse para ganhar dinheiro…

O mundo apressado diz que é importante correr para ganhar.

A vida nos diz que é preciso sonhar. Quem não sonha não vive.

Esse atropelo cotidiano em que vivemos atinge o interior de nossa existência. Acho que você concorda que há uma frieza em nossos relacionamentos, e por isso medimos tudo a partir da razão.

Quer um exemplo?

Não faltam discursos, até muito belos, em favor dos pobres, da erradicação da pobreza; mas os pobres continuam de mãos estendidas, mendigando. Pobres! pobres: continuam na miséria! Só isso demonstra que há algo que não está bom ou não funciona em nosso relacionamento humano.

No mundo apressado não há espaço para se preocupar com a pessoa e muito menos com sua história. Se não há interesse por que comprometer-se? Ainda é bom lembrar quantos amigos temos em vida, e quando se cai doente são poucos os que se lembram de serem amigos de verdade, fazendo-se parceiros nesta hora de dor, de limitação e dificuldades.

Temos de ser artistas e esculpir a arte, a bela arte da vida. E diante do Evangelho de Jesus nasce e renasce para nossa humanidade o sonho de um mundo desejado por Deus. É diante deste mundo vulnerável, frágil e fragmentado que somos chamados para viver a misericórdia divina.

Acolher o doente e oprimido, sepultar os mortos, dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede, dar abrigo aos peregrinos, cobrir quem anda com frio, restabelecer a justiça e solidariedade…

Santa Catarina de Sena nos ajuda a pensar: “Não me afastarei da tua presença enquanto não vir que deles tivestes misericórdia… Que me adiantaria ter a vida eterna se o teu povo tivesse a morte? Por isso eu quero e suplico tenhas piedade do teu povo pela caridade incriada que te levou a criar o homem à tua imagem e à tua semelhança”.

Certamente que para o mundo apressado em que vivemos a atitude de misericórdia dos que creem nos fará entender que não é preciso ter medo. E Deus irá esculpindo a alma humana até que ela alcance a maturidade que gera liberdade e paz. E aí adeus correria e frieza. O mundo será outro, se nos deixarmos convencer que é preciso plantar e sonhar, para poder colher!

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