História da Devoção do Sagrado Coração de Jesus

"Beberemos da água que brotaria de seu Coração....quando saiu sangue e água" (Jo 7,37; 19,35).

O Senhor chamou o homem, e disse-lhe: “Onde estás?”

Os olhos de Deus estão em todos os lugares, não podemos nos esconder jamais, ele sabe muito bem onde estamos e o que pensamos.

Jornada Mundial de Juventude 2013

Tudo começou com um encontro promovido pelo Papa João Paulo II em 1984. Foi um encontro de amor, sonhado por Deus e abraçado pelos jovens. Vozes que precisavam ser ouvidas e um coração pronto para acolhê-las.

Arraía da RCC

Qual é a diferença entre a Bíblia Católica e a Protestante?

Padre Paulo Ricardo nos explica a diferença e a história da bíblia católica para a bíblia protestante.

Capela Virtual

É sempre bom visitar e conhecer sites que nos trazem boas noticias. Um deles é Atos2 de uma olhadinha na capela virtual do site e confira esse momento de reflexão.

30 de mai. de 2013

Corpus Christi - Origem da Celebração


A celebração teve origem em 1243, em Liège, na Bélgica, no século XIII, quando a freira Juliana de Cornion teria tido visões de Cristo demonstrando-lhe desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.

Em 1264, o Papa Urbano IV através da Bula Papal “Trasnsiturus de hoc mundo”, estendeu a festa para toda a Igreja, pedindo a São Tomás de Aquino que preparasse as leituras e textos litúrgicos que, até hoje, são usados durante a celebração. Compôs o hino “Lauda Sion Salvatorem” (Louva, ó Sião, o Salvador), ainda hoje usado e cantado nas liturgias do dia pelos mais de 400 mil sacerdotes nos cinco continentes.

A procissão com a Hóstia consagrada conduzida em um ostensório é datada de 1274. Foi na época barroca, contudo, que ela se tornou um grande cortejo de ação de graças.

No Brasil

No Brasil, a festa passou a integrar o calendário religioso de Brasília, em 1961, quando uma pequena procissão saiu da Igreja de madeira de Santo Antônio e seguiu até a Igrejinha de Nossa Senhora de Fátima. A tradição de enfeitar as ruas surgiu em Ouro Preto, cidade histórica do interior de Minas Gerais.

A celebração de Corpus Christi consta de uma missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento.

A procissão lembra a caminhada do povo de Deus, que é peregrino, em busca da Terra Prometida. No Antigo Testamento esse povo foi alimentado com maná, no deserto. Hoje, ele é alimentado com o próprio Corpo de Cristo.

Durante a Missa o celebrante consagra duas hóstias: uma é consumida e a outra, apresentada aos fiéis para adoração. Essa hóstia permanece no meio da comunidade, como sinal da presença de Cristo vivo no coração de sua Igreja.

Texto: Canção Nova

Todos correm, mas bem sabeis que um só recebe o prêmio

"Todos os atletas se impõem a si muitas privações; e o fazem para alcançar uma coroa corruptível. Nós o fazemos por uma coroa incorruptível. Assim, eu corro, mas não sem rumo certo. Dou golpes, mas não no ar. Ao contrário, castigo o meu corpo e o mantenho em servidão, de medo de vir eu mesmo a ser excluído depois de eu ter pregado aos outros." (I Co 9,25-27)

Confesso que sou um sedentário irremediável, já tentei mudar essa minha rotina, troquei de atividades físicas como troco de roupa, mas a minha falta de disciplina não me deixa concluir nenhuma.

Correr foi a ultima atividade que escolhi, sinceramente obtive resultado, estava nessa atividade anteriormente pra ser preciso desde mês passado, treinando para melhorar meu desempenho diário, trenei com um objetivo definido, e até alcancei alguns resultados, mas ai voltei ao sedentarismo, e novamente esse dias volto a treinar, isso me fez pensar nesse texto que o São Paulo faz uma bela comparação sobre a nossa caminhada cristã.

Treinar exige um esforço absurdo, hora de treino e alimentação regrada, assim também e na nossa corrida pela fé genuína, e preciso se alimentar com o alimento genuíno que a palavra de Deus, se esforçar para consagração do seu corpo através de jejum e oração.

Nos primeiros dias de treino senti dores por todo corpo, mas depois consegui sinceramente superar os meus limites, ninguém está falando aqui que servir a Cristo e uma tarefa fácil, nos primeiros episodio que decidimos a servir a Deus,o nosso corpo clama por um dia de sossego,os músculo de nossa carne ardem pedindo descanso,mas o benefícios de continuar seguindo nessa caminhada são imensos.

A nossa corrida e para algo que não é gastável, mas sim eterno, vale a pena resistir aos manjares infrutíferos e correr para o alvo da soberana vocação em Cristo.

Só graça de Cristo e necessária, a ele serei grato enquanto eu viver!

29 de mai. de 2013

Regras de Ouro para ler a Bíblia



1. Leia a Bíblia todos os dias

      Eis a principal regra de ouro: ler a bíblia todos os dias. Sem exceção. Leia quando tiver vontade e quando não tiver também! É como remédio: com ou sem vontade, tomamos, porque é necessário. Com a Bíblia é a mesma coisa. E nos tempos em que vivemos, isso é premente.

      Assim como você alimenta o corpo todos os dias, alimente diariamente o seu espírito com a Palavra de Deus.
     Assim como tomamos banho todos os dias e, quando não podemos fazê-lo de manhã, à noite o corpo pede um banho, assim também se passa com a leitura da Bíblia: se você não conseguir ler durante o dia, sem que você se aperceba, o seu espírito ficará pedindo um banho da Palavra de Deus. Não deixe de dar ao seu espírito o que você dá ao seu corpo!

      Tem gente que não consegue dormir sem tomar banho; essas pessoas se viram e se reviram na cama sem dormir. Que eu e você sejamos assim: que não possamos dormir sem o banho da leitura da Palavra de Deus.

2. Tenha uma hora marcada para a Leitura

      Para grande parte das pessoas, a melhor hora de ler é de manhã cedinho. Elas se levantam cedo para ler a Bíblia e fazer o seu trabalho com o Diário Espiritual, antes das outras ocupações e do começo do movimento em casa.

      Trata-se de um costume maravilhoso. É certamente o que mais rende. Além disso, tem-se a vantagem de iniciar logo cedo uma super-refeição e começamos o dia com força total.

      Há porém quem tenha dificuldades para fazer isso. São pessoas que, pela manhã, sentem-se pesadas, sonolentas. Parece que a cabeça não funciona. Elas não conseguem se concentrar. E não adianta fazer esforço, pois terminam por gastar tempo para alcançar pouco.

      nada dá de estranho nisso. Existem muitas pessoas assim. talvez você seja uma delas. Essas pessoas em geral rendem mesmo à noite. Apesar do cansaço do dia, de noite sua mente fica desperta, ativa... Se para você o período bem for o noturno, não hesite: trabalhe com a Bíblia à noite.

      Fazer isso também tem vantagens: você prolonga a leitura até a hora que quiser e vai dormir com um bom conteúdo na mente. E o seu inconsciente com certeza vai trabalhar com todo esse material.

      Para muitas mães de família, o melhor momento é o meio da tarde, depois de terminar os trabalhos domésticos. Nessa hora, elas estão sossegadas, não havendo barulho nem movimento na casa, o que lhes permite trabalhar com a Bíblia.

      o importante é descobrir o melhor período para você. E fazer dele a sua hora marcada, sendo-lhe fiel, sem exceções.

3. Marque a duração da Leitura

      Esta é outra regra de ouro: marque a duração da leitura e seja-lhe fiel. seja sério consigo mesmo. É preferível 10 minutos todos os dias a ser levado pelo entusiasmo de quem começa e não ir em frente.

      Muitas pessoas que, de início, exigiram muito de si mesmas a fim de fazer com seriedade e constância esse trabalho, agora se confessam satisfeitas com o fato de que, passado certo tempo, sentiram um envolvimento e uma motivação tamanhos que a disciplina deixou de ser uma exigência. Do mesmo modo, dado o rigor com o qual encararam esse tempo para a leitura, hoje percebem que se tornou curto. Elas precisam de mais tempo. O trabalho ficou com gosto de "quero mais"... Pena que nem sempre seja possível.

4. Escolha um bom lugar

      Ter o cantinho da gente é muito bom. E não precisamos de nada especial; o que importa é contar com um lugar tranquilo, silencioso, que facilite a concentração e favoreça a criação de um clima de oração. Faz bem ir todos os dias para o nosso cantinho e nele fazer o nosso trabalho com a Bíblia.

      Lembre-se, todavia, que o lugar é uma coisa secundária: ele é apenas um meio para trabalharmos melhor e com maior resultado. Importante mesmo é, em qualquer lugar, em qualquer circunstância, realizar com dedicação a nossa tarefa.

5. Leia com lápis ou caneta na mão

      Não se trata de simplesmente ler; devemos fazer uma leitura ativa. Um meio simples mas eficaz é ler com lápis ou caneta na mão. sublinhe as passagens mais importantes, tudo o que chamar a sua atenção, as coisas que lhe falaram e que o tocaram de modo especial. É até bom ter uma caneta de quatro cores e usar ora uma ora outra. Isso ajuda: põe trechos em destaque, diferencia.

      Utilize sinais que tenham sentido para você. Faça anotações. Não tenha medo de riscar a sua Bíblia: ela é um instrumento de trabalho. Você vai ficar com a Bíblia bem marcada; vai ser fácil você se lembrar das passagens e encontrá-las quando procurar. Além disso, isso facilita a concentração na leitura, o entendimento da mensagem e a impressão do que é lido na mente e no coração.

6. Faça tudo em espírito de oração

      Você não está apenas lendo a Bíblia; você está buscando um encontro com a Palavra de Deus. Está a procura de um contato íntimo com a Palavra Viva do Deus, que fala a você.

      Trata-se de um diálogo: você escuta, você acolhe, você se toca, se sensibiliza, responde. É um encontro vivo entre pessoas vivas, um encontro de pessoas que se amam mutuamente. Muitos experimentaram essa relação. Experimente você também.

      O principal interesse de Deus não é tanto fazer você escutar, mas falar com você. Ele deseja instruir você. Quer conduzi-lo ao conhecimento da verdade. Por isso, esteja atento, fique alerta; mantenha-se numa atitude de expectativa. Deus tem algo de bem pessoal e concreto para lhe dizer!


Essa matéria foi tirada do Livro do Pe.Jonas Abib - "A Bíblia no meu dia a dia".... lá você vai encontrar tudo sobre como fazer o Estudo Bíblico!

Levantai-vos Nação Brasileira

O Encontro Nacional de Formação para Coordenadores e Ministérios é uma grande oportunidade para que as lideranças do Movimento possam partilhar a Palavra de Deus e orarem juntos, buscando direcionamentos para as atividades do Movimento para o ano que começa. Nos intensos momentos de oração e prática dos carismas, Deus concede à RCC profecias, que devidamente confirmadas e discernidas, ajudam a nos guiar pelos caminhos de Jesus.



Durante o ENF 2013, uma Moção Profética foi recebida e confirmada. Leia e tome posse.
 
PROFECIA:
“Levantai-vos Nação Brasileira. Este é o novo tempo, um tempo de batalha, mas também um tempo de vitória! Despi-vos de todo o pecado, de toda a arrogância, inveja, ciúmes e vanglória, pois o que tens vem de Mim, não são méritos vossos, mas graças que Eu vos dou, para servires aos irmãos na hora necessária. Se forem dóceis ao meu Espírito e humildes de coração, verão nesta Nação e por entre as Nações a minha glória!”
“Eu vos convoco, amigos, a serem em vossos corações como crianças, e que a confiança de criança, que tudo crê ser possível, seja alimento para suas ações, transformando-vos assim em guerreiros do meu Reino, com bravura e com o carinho e amor de crianças.”
“Não foi em vão que morri na Cruz, Eu vos chamei para que derrameis suor e sangue por Mim, pelo meu Reino, pelos meus amados.”

PALAVRAS DE CONFIRMAÇÃO:
Tb 4, 13-23 – “Guarda-te, meu filho, de toda a fornicação: fora de tua mulher, não te autorizes jamais um comércio criminoso. Nunca permitas que o orgulho domine o teu espírito ou tuas palavras, porque ele é a origem de todo o mal. A todo o que fizer para ti um trabalho, paga o seu salário na mesma hora: que a paga de teu operário não fique um instante em teu poder. Guarda-te de jamais fazer a outrem o que não quererias que te fosse feito. Come o teu pão em companhia dos pobres e dos indigentes; cobre com as tuas próprias vestes os que estiverem desprovidos delas.Põe o teu pão e o teu vinho sobre a sepultura do justo; mas não o comas, nem o bebas em companhia dos pecadores. Busca sempre conselho junto ao sábio. Bendize a Deus em todo o tempo, e pede-lhe que dirija os teus passos, de modo que os teus planos estejam sempre de acordo com a sua vontade. Faço-te saber também, meu filho, que quando eras ainda pequenino, emprestei a Gabael de Ragés, cidade da Média, uma soma de dez talentos de prata, cujo recibo tenho guardado comigo. Procura, pois, um meio de ir até lá para receber o sobredito peso de prata, restituindo-lhe o recibo. Procura viver sem cuidados, meu filho. Levamos, é certo, uma vida pobre, mas se temermos a Deus, se evitarmos todo o pecado e vivermos honestamente, grande será a nossa riqueza.”

II Ts. 3, 3 – “Mas o Senhor é fiel, e ele há de vos dar forças e vos preservar do mal.”

Eclo 44, 20-23 – “Abraão é o pai ilustre de uma infinidade de povos. Ninguém lhe foi igual em glória: guardou a lei do Altíssimo, e fez aliança com ele. O Senhor marcou essa aliança em sua carne; na provação, mostrou-se fiel. Por isso jurou Deus que o havia de glorificar na sua raça, e prometeu que ele cresceria como o pó da terra. Prometeu-lhe que exaltaria sua raça como as estrelas, e que seu quinhão de herança se estenderia de um mar a outro: desde o rio até as extremidades da terra.”

Is 35, 1-10 – “O deserto e a terra árida regozijar-se-ão. A estepe vai alegrar-se e florir. Como o lírio ela florirá, exultará de júbilo e gritará de alegria. A glória do Líbano lhe será dada, o esplendor do Carmelo e de Saron; será vista a glória do Senhor e a magnificência do nosso Deus. Fortificai as mãos desfalecidas, robustecei os joelhos vacilantes. Dizei àqueles que têm o coração perturbado: Tomai ânimo, não temais! Eis o vosso Deus! Ele vem executar a vingança. Eis que chega a retribuição de Deus: ele mesmo vem salvar-vos. Então se abrirão os olhos do cego. E se desimpedirão os ouvidos dos surdos; então o coxo saltará como um cervo, e a língua do mudo dará gritos alegres. Porque águas jorrarão no deserto e torrentes, na estepe. A terra queimada se converterá num lago, e a região da sede, em fontes. No covil dos chacais crescerão caniços e papiros. E haverá uma vereda pura, que se chamará o caminho santo; nenhum ser impuro passará por ele, e os insensatos não rondarão por ali. Nele não se encontrará leão, nenhum animal feroz transitará por ele; mas por ali caminharão os remidos, por ali voltarão aqueles que o Senhor tiver libertado. Eles chegarão a Sião com cânticos de triunfo, e uma alegria eterna coroará sua cabeça; a alegria e o gozo possuí-los-ão; a tristeza e os queixumes fugirão.”


DISCERNIMENTO:
O Senhor nos promete um tempo novo, de graças abundantes, mas é preciso uma conversão sincera de cada um de nós, uma renúncia radical às coisas do mundo que ainda estão presentes em nossas vidas. É preciso fazer um levantamento profundo de tudo aquilo que ainda não é de Deus em nós, em nossas vidas e, a partir daí, abandonarmos estas coisas velhas com a ajuda do Espírito Santo.

O Senhor tem nos falado insistentemente em nos desvencilharmos do orgulho e da arrogância. O orgulho é a origem de todo o mal, como nos diz a Palavra de Tobias. O Senhor nos pede um coração puro, humilde, submisso a Ele, dócil ao seu Espírito. Fidelidade à aliança feita com Ele. Meditar a Sua Lei.

Nesta Palavra de Tobias, Ele nos fala ainda de como Ele quer que nos relacionemos com os outros. Virtude Moral da Justiça.

Pedir a Deus que dirija nossos passos para que nossos planos estejam sempre de acordo com a Sua vontade.

O Senhor fala em tempo de graça, mas também em tempo de batalha, de provação da fé, de martírio pelo Seu Reino, pela missão.

Se isso fizermos a água irá correr no deserto em nossa vida pessoal, nos Grupos de Oração de nosso País, em nossa missão, em tudo o que nos envolve.

PASSOS ESPIRITUAIS:
1)      Levantamento pessoal daquilo que não está de acordo com a vontade de Deus em nossa vida;
2)      Firme propósito e trabalho de conversão com a ajuda do Espírito Santo;
3)      Cuidar para não ser tomado pelo orgulho, pela arrogância;
4)      Cultivar um coração de criança, puro, humilde, dócil ao Espírito Santo;
5)      Meditar e guardar a Lei do Senhor;
6)      Cuidar do relacionamento com os outros: que seja baseado na Virtude Moral da Justiça;
7)      Procurar alinhar nossos planos à vontade de Deus;
8)      Fortalecer as mãos desfalecidas e robustecer os joelhos vacilantes: recobrar o ânimo pessoal, a parresia, a fé expectante.
9)      Estar preparado para a batalha, para a provação da fé, para o martírio.
10)   Crer, tomar posse e desfrutar da Água Viva correndo em nossas vidas pessoais, em nossos Grupos de Oração, em nossos Ministérios, em tudo o que nos envolve.

Fonte: RCC PB

Cultura do bem-estar adormece e não deixa seguir Jesus, alerta o Papa

Em sua habitual homilia da Missa que celebrou nesta manhã na Casa Santa Marta, o Papa Francisco advertiu que a cultura do bem-estar e do fascínio pelo provisório deixa o homem preguiçoso e pouco corajoso para seguir Jesus.

Meditando na passagem do jovem rico, que se entristece porque Jesus lhe pede deixar tudo, o Papa alentou fazer um exame de consciência sobre as "riquezas" que hoje em dia nos impedem de aproximar-nos do Senhor.

O Santo Padre disse que "as riquezas são um obstáculo" que "não faz fácil o caminho para o Reino de Deus". Também advertiu que, "cada um de nós tem suas ‘riquezas’". Existe sempre, explicou, uma riqueza que nos "impede de nos aproximar de Jesus". E temos que detectar isto. Todos, continuou, "temos que fazer um exame de consciência sobre quais são as nossas riquezas, porque nos impedem de nos aproximar a Jesus no caminho da vida".

Francisco se referiu a duas "riquezas culturais": acima de tudo a "cultura do bem-estar, que nos deixa pouco corajosos, preguiçosos e também egoístas". O bem-estar, constatou o Bispo de Roma, "nos adormece, é uma anestesia".

"‘Não, não, mais de um filho não, porque não poderemos ir de férias, não poderemos ir a tal lugar, não poderemos comprar a casa’. Podemos seguir o Senhor, mas até certo ponto. Isto é o que faz o bem-estar: todos sabemos bem como é o bem-estar, mas isto nos destrói, despoja-nos daquele valor, daquela coragem forte que nos aproxima de Jesus. Esta é hoje a primeira riqueza da nossa cultura, a cultura do bem-estar".

Existe, além disso, "outra riqueza na nossa cultura", uma riqueza que nos "impede de nos aproximar de Jesus: é a fascinação do provisório". Nós, observou o Papa, estamos "apaixonados pelo provisório". As "propostas definitivas" que nos faz Jesus, particularizou, "nós não gostamos". Em troca nós gostamos do passageiro, porque "temos medo do tempo de Deus" que é definitivo.

"Ele é o Senhor do tempo, nós somos os senhores do momento. Por quê? Porque nesse instante somos os que mandam: até aqui sigo o Senhor, depois já veremos… Uma vez, conheci uma pessoa que queria ser sacerdote, mas só por dez anos, não mais… Quantos casais, quantos casais se casam, sem dizê-lo, mas pensando com o coração: ‘até que dure o amor e depois veremos…’ A fascinação do provisório: esta é uma riqueza".

O Papa Francisco afirmou que "devemos nos converter em donos do tempo, fazemos breve o tempo reduzindo-o ao momento. Estas duas riquezas são aquelas que neste momento nos impedem de ir para frente. Penso em tantos, tantos homens e mulheres que deixaram a própria terra para serem missionários por toda a vida: isso é o definitivo!".

"Mas também, assegurou, penso em tantos homens e mulheres que ‘deixaram a própria casa para um matrimônio por toda a vida’; isso é ‘seguir Jesus de perto! É o definitivo!’. O provisório, repetiu o Papa Francisco, ‘é não seguir Jesus’, esse é ‘nosso território’".

"Ante o convite de Jesus, diante destas duas riquezas culturais pensemos nos discípulos:  estavam desconcertados. Também nós podemos estar desconcertados por estas palavras de Jesus. Quando Jesus explicava alguma coisa ficavam ainda mais desconcertados".

Para concluir o Santo Padre animou pedir "ao Senhor que nos dê o valor de ir adiante, despojando-nos desta cultura do bem-estar, com a esperança – ao final do caminho, onde Ele nos espera - no tempo. Não com a pequena esperança do momento que não serve mais. Assim seja"

Fonte: ACI Digital 

“Coragem! Eu venci o mundo”



“Coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33)

O conhecimento de Cristo como o Filho de Deus não nos torna seus seguidores necessariamente. Seguir os passos do Senhor implica abraçar todas as consequências de sua vida. Mas nesse percurso de luta, é o próprio Deus quem nos acompanha.
Quantas vezes queremos escapar de tudo o que se nos apresenta como obstáculo, buscando um cristianismo de “bem-estar” espiritual? Quantas vezes queremos parar à margem do caminho porque esse parece não ser conforme a meu ideal de Cristo?
Ó Deus, tu que por meio do vosso Filho confirmastes ao homem o valor da livre entrega de si por amor. Concedei-nos a coragem necessária para lutar contra todos os obstáculos da vida e, vencendo-os, chegar um dia ao fim desse percurso de vida.

Igreja Católica no Brasil lança sua rede social oficial

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em parceria com o Centro de Estatísticas Religiosas e Investigações Sociais (CERIS) lançou a eCatholicus, a Rede Social Oficial da Igreja Católica no Brasil.

A rede social é voltada para o público católico, tendo recebido uma grande aceitação principalmente dos jovens que se preparam para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que ocorrerá no próximo mês de julho.

Entre os cadastrados encontram-se Bispos, Sacerdotes, Diáconos, Religiosos e leigos de todo o Brasil. Para fazer parte da rede é preciso acessar o endereço web da eCatholicus (www.ecatholicus.com.br) e seguir as instruções.

A eCatholicus está colaborando na divulgação da JMJ Rio 2013, ajudando os que participarão deste grande evento à se encontrarem virtualmente e trocarem experiências entre si. Os que não poderão participar da JMJ Rio 2013 poderão acompanhar toda a movimentação dos peregrinos e interagir com eles.

Todas as paróquias do Brasil foram cadastradas na Rede Social, facilitando desta forma a procura por perfis de leigos e integrantes do Clero em geral.

Acesse: ECATHOLICUS

Fonte: Gaudium Press

28 de mai. de 2013

Ligados no Céu

Para estar apto (Ligado) ao serviço do Reino é necessário se revestir de toda a armadura de Deus e dedicar algum tempo diário à meditação, oração e ao estudo da Palavra, para assim ser Ligado com o Céu e ter uma influência Salvadora e transformadora sobre os que o rodeiam.

Manter nossa vida ligada ao céu requer passar algum tempo tranquilo a sós com Deus, com o propósito de conhecer melhor a Cristo e a sua vontade, tendo em mente que nosso único objetivo na vida devocional é buscar a Ele, e isto requer esforço, luta e dedicação.

Certa vez Jesus disse: “Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás, é apto para o reino de Deus.” (Lucas 9,62)
Se seu olhar se mantiver fixo em Deus, Jesus não vai deixar você olhar para trás e a obra do Espírito Santo não vai parar, até que a sua vida esteja totalmente ligada (apta) ao céu.

Grupo de Crescimento Espiritual do Grupo de Oração Divino Salvador

Pensando alto sobre a oração em línguas

Todos os nossos pecados – passados, presentes e futuros – são perdoados de uma vez por todas quando nos tornamos cristãos? Não, de acordo com a Bíblia ou com os primeiros Padres da Igreja. A Escritura não afirma em nenhum lugar que os nossos pecados futuros são perdoados. Ao contrário, Ela nos ensina a orar: "E perdoai-nos as nossas dívidas, como nós também temos perdoado aos nossos devedores." (Mt 6:12).


O meio pelo qual Deus perdoa pecados depois do batismo é a confissão: "Se reconhecemos os nossos pecados, (Deus aí está) fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniquidade." (1Jo 1:9). Pecados menores ou veniais podem ser confessados diretamente a Deus, mas para pecados graves ou mortais, que esmagam a vida espiritual da alma, Deus instituiu um meio diferente para obter perdão: o sacramento conhecido popularmente como confissão, penitência ou reconciliação.

Este sacramento está enraizado na missão que Deus deu a Cristo como o Filho do Homem na terra para ir e perdoar pecados (cf. Mt 9:6). Assim, a multidão que testemunhou esse novo poder "glorificou a Deus por ter dado tal poder aos homens." (Mt 9:8; observe o plural "homens"). Depois da Sua ressurreição, Jesus transmitiu Sua missão de perdoar pecados aos seus ministros, dizendo-lhes "Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós... Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos." (Jo 20:21–23).

Visto que não é possível confessar todas as nossas muitas faltas diárias, sabemos que a reconciliação sacramental é necessária apenas para pecados graves ou mortais – mas é necessária, senão Cristo não teria ordenado isso.

Ao longo do tempo, mudaram as formas que o sacramento foi administrado. Na Igreja primitiva, pecados publicamente conhecidos (como apostasia) foram muitas vezes confessados abertamente na igreja, embora a confissão privada com um sacerdote fosse sempre uma opção para os pecados cometidos particularmente. Ainda assim, a confissão não era apenas algo feito em silêncio a Deus por si só, mas algo feito "na igreja", como o Didaqué (70 d.C.) indica.

As penitências também tendiam a ser executadas antes e não após a absolvição, e elas eram muito mais rigorosas que as de hoje (penitência de dez anos para o aborto, por exemplo, era comum na Igreja primitiva).

Mas o básico do sacramento sempre esteve lá, conforme revelam as citações seguintes. De especial significado é seu reconhecimento de que a confissão e a absolvição devam ser recebidas por um pecador antes de receber a Sagrada Comunhão, porque "todo aquele que... come o pão ou bebe o cálice do Senhor de forma indigna será culpado por profanar o corpo e o sangue do Senhor. "(1Cor 11:27).

A Didaqué

"Confessa teus pecados na igreja e não eleves tua oração com uma consciência má. Este é o modo de vida... No Dia do Senhor reuni-vos juntos, parti o pão e dai graças, depois de confessares tuas transgressões para que teu sacrifício possa ser puro." (Didaqué 4:14, 14:1 [70 d.C.]).

A Carta de Barnabé

"Vós deveis julgar retamente. Vós não deveis fazer um cisma, mas deveis pacificar aqueles que lutam por trazer-vos reunidos. Vós deveis confessar vossos pecados. Vós não deveis ir à oração com uma consciência má. Este é o caminho da luz." (Carta de Barnabé 19 [74 d.C]).

Inácio de Antioquia

"Para que todos quantos são de Deus e de Jesus Cristo estejam também com o bispo. E tantos quantos devam, no exercício de penitência, retornar para a unidade da Igreja, estes, também, devam pertencer a Deus, que eles possam viver de acordo com Jesus Cristo." (Carta aos Filadelfienses 3 [110 d.C.]).

"Porque onde há divisão e ira, Deus não habita. A todos eles que se arrependem, o Senhor concede perdão, se eles apresentam penitência para a unidade de Deus e a comunhão com o bispo." (idem, 8).

Irineu

"[Os discípulos gnósticos de Marcos] têm iludido muitas mulheres... Suas consciências têm sido marcadas como acontece com um ferro quente. Algumas dessas mulheres fazem uma confissão pública, mas outras ficam envergonhadas de fazer isso, e, em silêncio, como se retirando de si mesmas a esperança de vida de Deus, elas apostatam inteiramente ou hesitam entre os dois cursos." (Contra as Heresias 1:22 [189 d.C.]).

Tertuliano

"[Com relação à confissão, alguns] fogem deste trabalho como sendo uma exposição de si mesmos, ou eles adiam de dia para dia.

Hipólito

"[O bispo conduzindo a ordenação do novo bispo deve orar:] Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo... Derrame agora o poder que vem de Vós, do Vosso Espírito real, que destes ao Vosso amado Filho, Jesus Cristo, e que Ele deu aos seus santos apóstolos... e concedei a este Vosso servo, que Vós escolhestes para o episcopado, [o poder] para alimentar Vosso rebanho sagrado e para servir sem culpa como Vosso sumo sacerdote, ministrando dia e noite para propiciar incessantemente diante de Vosso rosto e para oferecer-Vos os dons da Vossa santa Igreja, e pelo Espírito de sumo sacerdócio ter a autoridade para perdoar pecados de acordo com Vosso mandamento." (Tradição Apostólica 3 [215 d.C.]).

Orígenes

"[Um método final de perdão], embora difícil e trabalhoso, [é] a remissão dos pecados por meio da penitência, quando o pecador... não se retrai de declarar seu pecado a um sacerdote do Senhor e de buscar remédio, após a forma dele que diz: 'Eu disse, "Ao Senhor acusar-me-ei de minha iniquidade"'" (Homilias sobre Levítico 2:4 [248 d.C.]).

Cipriano de Cartago

"O apóstolo [Paulo] da mesma forma dá testemunho e diz: ‘... Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor." (1Cor 11:27]. Mas [o impenitente] repele desdenhosamente e despreza todos esses avisos; antes de que seus pecados sejam expiados, antes de que eles tenham feito uma confissão de seus crimes, antes de que sua consciência tenha sido purgada na cerimônia e às mãos do sacerdote... eles fazem violência ao corpo e sangue [do Senhor], e com suas mãos e boca pecam contra o Senhor mais do que quando O negavam" (Os Decaídos 15:1–3 (251 d.C.]).

"De fé bem maior e temor salutar são aqueles que... confessam seus pecados aos sacerdotes de Deus de uma maneira franca e na tristeza, fazendo uma declaração aberta de consciência... Eu vos suplico, irmãos, que todos que pecaram confessem seus pecados enquanto ainda estão neste mundo, enquanto sua confissão ainda é admissível, enquanto a satisfação e a remissão feita através dos sacerdotes ainda são agradáveis diante do Senhor." (idem., 28).

"[Os] pecadores podem fazer penitência para um tempo determinado, e de acordo com as regras de disciplina vêm à confissão pública, e por imposição da mão do bispo e clero recebe o direito de comunhão. [Mas agora alguns] com seu tempo [de penitência] ainda não cumprido... eles são admitidos à comunhão, e seu nome é apresentado; e enquanto a penitência ainda não é realizada, a confissão ainda não é feita, as mãos do bispo e clero ainda não são postas sobre eles, a Eucaristia é dada a eles; contudo está escrito, 'Por isso, todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor.' [1Cor 11:27]" (Cartas 9:2 [253 d.C.]).

"E não penses, querido irmão, que vai ser reduzida a coragem dos irmãos, ou que os martírios falharão por esta causa, que a penitência seja diminuída para os decaídos, e que a esperança de paz [ou seja, a absolvição] seja oferecida ao penitente... Para os adúlteros mesmo um tempo de arrependimento é concedido por nós, e a paz é dada." (idem., 51[55]:20).

"Mas eu me pergunto se alguns são tão obstinados para pensar que o arrependimento não seja concedido aos decaídos, ou supor que o perdão é para ser negado ao penitente, quando está escrito, 'Lembra-te por que motivo estás caído, e arrepende-te, e faz as primeiras obras' [Ap 2:5], que certamente é dito a ele que evidentemente caiu, e a quem o Senhor exorta a levantar-se novamente por seus atos [de penitência], porque está escrito: 'A esmola livra da morte.' [Tb 12:9]" (idem, 51[55]:22).

O sábio persa Afrahat

"Vós [sacerdotes], então, que sois discípulos do nosso ilustre médico [Cristo], não deveis negar um curativo àqueles que necessitam de cura. E se alguém descobre a ferida dele antes de vós, dai-lhe o remédio do arrependimento. E aquele que tem vergonha de tornar conhecido sua fraqueza, encorajai-o para que ele não o esconda de vós. E quando ele vos tiver revelado, não o torne público, para que, por causa disso, o inocente possa ser considerado como culpado por nossos inimigos e por aqueles que nos odeiam." (Tratados 7:3 [340 d.C.]).

Basílio, o Grande

"É necessário confessar nossos pecados àqueles a quem é confiada a entrega dos mistérios de Deus. Aqueles fazendo penitência de antigos são encontrados para tê-la feito antes dos santos. Está escrito no Evangelho que eles confessaram seus pecados a João Batista [Mt 3:6], mas em Atos [19:18] eles confessaram aos apóstolos." (Regras Brevemente Tratadas 288 [374 d.C.]).

João Crisóstomo

"Os sacerdotes receberam um poder que Deus não deu nem aos anjos, nem aos arcanjos. Foi dito a eles: 'Tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu'. De fato, os governantes temporais têm o poder de ligação; mas eles só podem ligar o corpo. Os sacerdotes, por outro lado, podem ligar com um vínculo que pertence à própria alma e transcende os próprios céus. [Deus] não lhes deu todos os poderes do céu? 'Àqueles a quem perdoardes os pecados,' diz, 'ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos.' Que poder há maior do que este? O Pai deu ao Filho todo julgamento. E agora eu vejo o Filho colocando todo esse poder nas mãos dos homens [Mt 10:40; Jo 20:21–23]. Eles são elevados a esta dignidade como se eles já fossem recolhidos ao céu." (O Sacerdócio 3:5 [387 d.C.]).

Ambrósio de Milão

"Para aqueles a quem foi dado [o direito de ligação e separação], é óbvio que ambos são permitidos, ou nenhum é permitido. Ambos são permitidos para a Igreja, nenhum é permitido para a heresia. Porque este direito foi concedido somente aos sacerdotes." (Penitência 1:1 [388 d.C.]).

Jerônimo

"Se a serpente, o diabo, morde alguém secretamente, ele infecta essa pessoa com o veneno do pecado. E se quem foi mordido se mantém em silêncio e não faz penitência, e não quer confessar sua ofensa... então seu irmão e seu mestre, que têm a palavra [de absolvição] que vai curá-lo, não pode ajudá-lo." (Comentário sobre Eclesiastes 10:11 [388 d.C.]).

Agostinho

"Quando tiveres sido batizado, mantém uma vida boa nos mandamentos de Deus para que possas preservar teu batismo até o fim. Não te digo que viverás aqui sem pecado, mas eles são pecados veniais os quais esta vida nunca está sem. O Batismo foi instituído para todos os pecados. Para os pecados leves, sem os quais nós não podemos viver, a oração foi instituída... Mas não cometas aqueles pecados por conta dos quais tu terias de ser separado do corpo de Cristo. Que pereça o pensamento! Porque aqueles a quem vês fazendo penitência cometeram crimes, também adultério ou algumas outras maldades. É por isso que eles estão fazendo penitência. Se os pecados deles fossem leves, a oração diária bastaria para apagá-los... Na Igreja, portanto, há três maneiras de os pecados serem perdoados: nos batismos, na oração e na humildade maior de penitência." (Sermão aos Catecúmenos sobre o Credo 7:15, 8:16 [395 d.C.]).

A Banalização dos Sacramentos

Quero expor toda minha tristeza e agonia que sinto a cada dia, quando observo que os sacramentos de Jesus se perdem no coração dos homens e da própria Igreja.

Vou dizer algumas coisas sérias e talvez impactantes para alguns, mas estarei dizendo o que sinto e percebo com o dia-dia dos nossos sacramentos. E tenho certeza que o que vejo não é exclusividade dos meus olhos.

Durante todos esses anos de catequista, observo cada dia mais a banalização descarada dos Sacramentos Cristãos.  É um absurdo a forma que as pessoas encaram os Sacramentos, sem nenhum respeito, sem nenhum apresso, sem nenhuma sacralidade da qual deveria existir. E não é por falta de conhecimento, porque muitos conhecem e entendem os Sacramentos, mas mesmo assim o desrespeitam. Vamos pontuar cada um deles:

O Sacramento do Batismo é tratado mais como uma superstição do que um sacramento. Eu já ouvi dizer que “batizar é bom porque ajuda cair o umbigo da criança”. Sem contar as famílias que sem nenhum conhecimento convida padrinhos que são de outra religião para batizar seus filhos. É inadmissível coisas desse gênero, devemos entender também que é culpa da própria Igreja, culpa do Povo de Deus, de nós catequistas. O que nós estamos fazendo que não conseguimos explicar verdadeiramente o valor de um sacramento essencial para vida cristã?  Por que os padres não tiram um pouquinho do tempo da homilia para expor essas questões? Por que concordamos com coisas dessa natureza? Isso é algo que devemos refletir e agir de forma firme.

O Sacramento da Crisma é algo que durante muito tempo pareceu ser “facultativo”. Pois assim me disseram logo depois que fiz a primeira comunhão: “Ah, você faz crisma se quiser, se não quiser não precisa”. E nós sabemos que isso não é verdade. Nós entendemos e sabemos da importância do sacramento do Espírito Santo. E mais uma vez nos calamos, como se concordássemos com essa ideia. As pessoas só procuram a Crisma quando se vêem às vésperas de seu casamento porque a Igreja exigiu a crisma para casar. Aí é aquele corre-corre, aquele desespero para fazer catequese, quanto tempo demora, não dá pra fazer mais rápido, e assim vai se levando um sacramento de Deus “nas cochas”.

O Sacramento da Penitência é outro paradigma que existe dentro da Sociedade. Confessar-se é para beatas, pessoa normal não precisa confessar. Pra quê? Padre come arroz e feijão como eu, não preciso contar meus pecados pra ele. E assim se joga no lixo mais um presente que Deus nos deu. E digo mais, muita gente, mas muita gente dentro da Igreja pensa do mesmo jeito. Não fala, mas pensa. Ficamos com vergonha, não queremos nos expor, temos medo de que o padre conte para alguém e por isso protelamos, esperamos mais um tempo e deixamos de lado, enquanto isso nossa espiritualidade morre e o meu SER de catequistas, o meu SER de cristã também. Eu pergunto para você meu irmão catequista, há quanto tempo VOCÊ não se confessa?

 O Sacramento da Unção é o mais esquecido por todos. Se perguntarem para um grupo de pessoas quais são os sete sacramentos, a maioria irá esquecer do sacramento da unção. E por que se esquecerão desse sacramento? Porque ele é esquecido por nós católicos. Porque muita gente entende e ensina que esse sacramento é só para a hora da morte, por isso também é conhecido como “extrema unção”. E isso é um erro grave porque o sacramento da Unção também é um sacramento de Cura, assim como o da Penitência, nós devemos encara-lo como um remédio espiritual.  Man enquanto isso, nós vivemos doentes espiritualmente por aí e tentamos buscar solução em tantos lugares e não percebemos que a nossa cura está tão clara e viva neste sacramento.

O Sacramento do Matrimônio para mim é o segundo da lista dos mais banalizados pelo mundo. Se casa e se descasa numa facilidade e velocidade impressionante. Vemos na televisão, nos jornais, nas revistas, artistas trocando de parceiros, fazendo grandes celebrações de casamento, coisa linda, mas não há sacralidade nenhuma nessas uniões. É somente um grande “evento social”. Isso faz com que todos façam o mesmo e cada vez mais se casa nas Igrejas e cada vez mais se descasa nos tribunais e por quê? Porque os casais de hoje em dia não entendem o presente que Jesus nos dá por meio desse Sacramento. Não entendem a importância que tem o sacramento da família. E que a família é base para todo ser humano. E toda vez que se desfaz uma família é vitória do diabo que une todas as suas forças para acabar com a Graça na vida do homem. E assim o ser humano sem referência de família cresce perdido, sem referências e aí se torna alvo fácil para ser vítima do inimigo que usa pessoas como estas para ser instrumento de desgraça para si e para os outros, haja vista o que vimos esses dias no RJ. Isso é falta de família!

O Sacramento da Ordem é outro sacramento que sempre aparece na mídia ao mostrar casos de Pedofilia e faz com que isso se torne um “prato cheio” para opinião pública - ateia, anticatolicista, ceticista e secular – denegrir a imagem da Igreja Católica. Devemos pontuar algumas coisas que são importante em relação a isso: primeiro, em todas as atividades há bons profissionais e maus profissionais e o erro e o pecado são inerente ao ser humano.  Por isso, o erro de um sacerdote não é o fim do mundo.

Segundo, a Igreja não obriga ninguém a ser padre. Isso passa por um processo de Vocação, de escolha, de livre-arbítrio, é por isso que um vocacionado ao sacerdócio passa em média 8 anos em um seminário estudando, se conhecendo, conhecendo as pessoas, conhecendo o trabalho que ele terá pela frente. O problema é que ainda assim, passam por esse processo pessoas que depois sacerdotes cometem esses erros. Infelizmente é compreensivo isso. Pense por exemplo em quantas pessoas você conhece que escolheram a faculdade errado e que por algum motivo hoje é um profissional frustrado ou abandonou a profissão e faz outra coisa. Isso também acontece com o sacerdócio, o problema é que quando um médico erra ele fere a sua imagem e quando um padre erra ele fere também a Imagem da Igreja.

Devemos nós leigos, cuidar mais dos nossos padres, devemos nós também repudiar todo tipo de crítica ao sacerdote, principalmente dos evangélicos, mas também devemos repudiar toda atitude errada dos sacerdotes. Tenho certeza que você catequista conhece padres que deixaram o sacerdócio, eu conheço vários. Cada vez mais rezo para que possamos ter sacerdotes sempre mais santos para nos ajudar a nos levar ao céu.

E então vem o sacramento mais banalizado de todos, segundo a minha opinião, o Sacramento da Eucaristia. O mais banalizado em quantidade e em gravidade, por quê? Porque os primeiros a banalizar a Eucaristia somos nós, católicos, leigos, catequistas, que não nos damos conta da relevância espiritual que esse sacramento tem para nossas vidas. Nós precisamos entender que banalizar este sacramento é banalizar o próprio Cristo.

Quantas vezes você já comungou em pecado mortal? Quantas vezes você comungou sem sentir preparado para isso? Quantos catequizados ao fim do ano você viu comungando, mas você sabia que eles não estavam preparados para tal? Quantos padres cometem erros litúrgicos gravíssimos banalizando a Eucaristia.

Por exemplo, eu já vi padre fazer a consagração do pão e do vinho em uma celebração de casamento sem missa. Eu, quando acólito, já estive ao lado de padre bêbado celebrando a eucaristia.

Mas é importante deixar claro para quem não sabe, que ensina a Sagrada Teologia Cristã que os méritos do padre, ou seja, independente se o padre pecou antes da celebração, se está bêbado ou não, etc., o efeito do sacramento continua o mesmo. Pois os efeitos de todos os sacramentos valem a partir da ação celebrativa realizada na vida da pessoa que recebe. E a única diferença que vai haver entre a Eucaristia da minha igreja e da sua é a dedicação, o carinho e a sacralidade do padre em relação a Eucaristia.

Mas deixemos o padre e pensemos em nós, pensemos na nossa relação com os sacramentos. Como estamos vivendo os sacramentos? Consigo enxergar Jesus neles, tenho usufruído com responsabilidade e amor os sete grandes presentes que Jesus nos deu por meio da Sua Igreja?

Pense nisso!
Desabafo de um missionário do RJ

A Matemática do Coração de Deus

Fico admirado com a impressionante capacidade que possuímos de nos depararmos com alógica humana que reclama pra si o tempo inteiro o direito de que as coisas sejam sempre perfeitas, exatas, sem erros e violações. Somos naturalmente inclinados a agir segundo os ditames da razão, e isso é um dado da nossa condição humana, que evidencia a Bondade de Deus ao fertilizar o terreno da nossa frágil humanidade com o dom da Razão.

Quando se trata da razão, fico particularmente fascinado com o universo da Matemática. Nele tudo se revela tão exato. Os cálculos, as fórmulas, as equações são sempre caminhos que levam à exatidão de uma resposta, ao desvendamento de uma incógnita. Hoje a partir deste rico universo partilharmos sobre o Amor de Deus, porque parece que Ele possui um Coração Matemático.  Ele de um jeito amoroso costuma sempre agir matematicamente em nossa vida, história e vocação... Já me explico!

Certa vez, Jesus querendo traduzir em linguagem humana a Matemática do Amor, nos contou que um agricultor contratou operários para a sua vinha. Realizou aquele contrato com cada um em horários diferentes. Estamos agora diante do cenário da Parábola dos Operários da Vinha. “Ao cair da tarde, aquele vinhateiro disse ao seu feitor: Chama os operários e paga-lhes começando pelos últimos contratados até os primeiros” (Mt 20, 8).  Assim feito, os últimos receberam uma moeda, e os primeiros que julgavam receber mais, receberam a mesma quantia que os últimos.

Bem, a história se segue, e os primeiros operários reclamam pra si o mínimo de bom senso por parte do Patrão, dizendo-lhe: “Os últimos só trabalharam uma hora, e deste-lhes tanto como a nós que suportamos o peso do dia e do calor...” Ao que parece se apresenta injusta e desconcertante aquele pagamento do patrão. Podemos até achá-la desconcertante, contudo, não injusta. Desconcerta-nos porque ainda não entendemos que na Matemática de Deus a regra sempre usada é a do Amor com TODOS, e não da justiça com ALGUNS. O Coração de Deus está para a Misericórdia. É bem verdade que caminha pela justa razão, entretanto, não para aí. Vai mais além. Jamais conseguiremos explicar racionalmente a grandeza deste Coração Amoroso que sempre vai ao encontro de todos. É ai que entendemos o que Blaise Pascal, nosso amigo filósofo francês, quis dizer ao afirmar que “O coração tem razões que a própria Razão desconhece”. De fato, o coração de Deus tem a sua Sabedoria, tem a sua Matemática, as suas razões.

Não sem razão é que em Deus, “os últimos são os primeiros, e os primeiros se tornam os últimos” (Mt 20, 16). Infelizmente o nosso coração ainda não bate no compasso dessa lógica, porque pouco entendemos dessa Regra. Certamente deve ser por isso que desde tão cedo rezamos entre nós: “Coração de Jesus, fazei o nosso Coração semelhante ao Vosso”. Sem saber, estamos pedindo a Ele a graça de finalmente aprendermos a calcular nossas relações, nossa missão, o sentido da nossa existência a partir da beleza escondida na Matemática do Seu Coração!

Que sejamos bons alunos dessa escola, todo dia é tempo de aprender um pouco mais!

Eu e Meu Deus!



Diante de Ti,
fecham-se meus olhos,
abre meu coração.
Sinto-Te tão perto…posso sentir Teu olhar.
Não posso guardar o que desejei pra mim.
São Teus os meus planos; que eu aspire a Tua vontade.

Tens me ensinado que o que Tens reservado é o melhor.
Se dói o coração, é assim que Tu queres amar.

Meu Senhor,
as consequências da entrega a Ti
ultrapassam os limites
e inspiram a alma a Te amar.
Tenho sede de Ti,
e troco o que tenho pelo que Tu queres me dar.
Se vem do Teu coração,
é minha melhor escolha!

Quero me entregar
e aceitar
a forma certa de Te amar!
Conheces o meu coração
e sabes o que deves mudar.
Que seja Tua a liberdade que tanto tomei pra mim…
Que minh’alma carregue apenas o que vem de Tuas mãos.
Que eu não encontre espaço pra fazer o que quero.
Que eu colha, no desejo do Céu, a força pra não desistir.
Que na Tua misericórdia eu encontre a salvação e bonança pro meu coração.

Que Tu possas também sentir meu olhar.
Minha vida é pra Ti,
e mesmo falha,
meu coração só deseja Te amar.
Mais do que tudo o que vem dos homens,
minha alma deseja ser Tua.
E para sempre ser Tua,
e para sempre cada vez mais Tua!

COT - Comunidade Obreiros da Tardinha

As Parábolas do Reino


Naquele tempo Jesus apresentou-lhes outra parábola ainda: "O Reino dos Céus é como um grão de mostarda que alguém pegou e semeou no seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior que as outras hortaliças e torna-se um arbusto, a tal ponto que os pássaros do céu vêm fazer ninhos em seus ramos".


E contou-lhes mais uma parábola: "O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pegou e escondeu em três porções de farinha, até que tudo ficasse fermentado". Jesus falava tudo isso em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar de parábolas, para se cumprir o que foi dito pelo profeta: "Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo".
Mt 13,31-35
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Comentário:
A Luz Divina não ilumina os corações orgulhosos, mas os humildes, que se reconhecem fracos e pecadores, mas muito agradecidos e confiante na bondade do Céu.

"Quanto mais se abaixa o coração pela humildade, mais se levanta até a perfeição" (São Agostinho)

É dificil definir amigo

Amigo é quem lhe dá um pedacinho do chão, quando é de terra firme que você precisa, ou um pedacinho do céu, se é o sonho que lhe faz falta.

Amigo é mais que ombro amigo, é mão estendida, mente aberta, coração pulsante, costas largas.

É quem tentou e fez, e não é egoísta para não querer compartilhar o que aprendeu.

É aquele que ajuda e não espera retorno, porque sabe que o ato de compartilhar um instante qualquer já o realimenta e satisfaz.

Amigo é quem entende seu sentimento porque já sentiu, ou um dia vai sentir, o mesmo que você.

Um amigo é compreensão para o seu cansaço e complemento para as suas reticências.

É aquele que entende seu desejo de voar, de sumir de vez em quando, sua sede de inovar sempre.

É ao mesmo tempo espelho que o reflete, e óleo derramado sobre suas águas agitadas.

O amigo se compadece pelos seus erros, e vibra com o seu sucesso. É o sol que seca suas lágrimas, é a polpa que adocica ainda mais o seu sorriso.

Amigo é aquele que toca suas feridas com mãos de veludo; acompanha suas vitórias com euforia e faz piada para amenizar seus problemas.

Amigo é aquele que sente medo, dor, náusea, cólica, e chora, como você. E, se pudesse, sofreria no seu lugar.

Um amigo sabe que viver é ter história para contar.

É quem sorri para você sem motivo aparente, sofre com seu sofrimento, e é o padrinho natural dos seus filhos.

É aquele que encontra para você aquilo que nem você sabia que buscava.

Amigo é quem lhe envia cartas, esperadas ou não, pequenos bilhetes em sala de aula, mensagens eletrônicas emocionadas.

É aquele que lhe ouve ao telefone mesmo quando a ligação parece caótica, com o mesmo prazer e atenção que teria se estivesse olhando em seus olhos.

Amigo é aquele que entende o que seus olhos dizem, sem precisar de palavras.

É aquele que adivinha seus desejos, seus disfarces, suas alegrias, e percebe seus medos.

Amigo é quem aguarda pacientemente que surja aquele brilho no seu olhar e se entusiasma quando o vê surgir. É quem tem sempre uma palavra sob medida quando seus olhos se cobrem de lágrimas. E é também aquele que sabe quando você está lutando para sufocá-las na garganta.

Amigo é como lua nova, é como a estrela mais brilhante, é luz que se renova a cada instante, com múltiplas e inesperadas cores, que cabem todas na sua íris.

Amigo é verdade e razão, sonho e sentimento...

Amigo é aquele que lhe diz: "eu amo você" sem qualquer medo de má interpretação.

Enfim, amigo é quem ama você e ponto final.
Texto de Marcelo Batalha

Por que a Igreja não vende tudo o que tem para ajudar aos pobre?



Está é uma pergunta bastante pertinente e apesar de antiga, nunca deixou de ser atual, aliás, ultimamente, com o apetite cada vez mais voraz que a mídia secular demonstra ter para escornear a Igreja Católica, ela torna-se ainda mais relevante. Sendo assim, vamos direto aos fatos, porque apesar de haver um grande número de “bem-intencionados” Judas Iscariotes, sejamos francos, dentre eles são poucos os que são dados à leitura e à pesquisa.


Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair disse. Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres? (João 12,4-5)

A igreja Católica é a instituição mais antiga da terra. Se fosse uma empresa privada, seria a maior do mundo, não apenas em tamanho, mas em termos de volume do seu patrimônio e sua riqueza e por sua presença em quase todo o país do mundo. Sua importância, porém, não se restringe ao seu tamanho e número de fiéis batizados. Foi a Igreja Católica que criou, por exemplo, o sistema universitário, os métodos de pesquisa científica ou a filantropia institucional, sem a qual a palavra caridade, que significa amor, não teria sequer o sentido que têm hoje na sociedade ocidental.  Contudo, apesar de inúmeros outros feitos de valor, o mais notório deles: A caridade da Igreja Católica é infelizmente, ignorada tanto pelos católicos como não católicos. Assim, a Igreja Católica é sistematicamente criticada por sua riqueza.

“Mas se a Igreja é tão rica e poderosa, por que não vende tudo o que possui para ajudar aos necessitados?”

Vamos aos números e fatos:
A Igreja Católica mantém na Asia:
 1.076 hospitais;
 3.400 dispensários;
330 leprosários;
 1.685 asilos;
 3.900 orfanatos;
2.960 jardins de infância.

 Na África:
964 hospitais;
 5.000 dispensários;
260 leprosários;
650 asilos;
 800 orfanatos;
2.000 jardins de infância.

Na América:
1.900 hospitais;
5.400 dispensários;
 50 leprosários;
 3.700 asilos;
2.500 orfanatos;
4.200 jardins de infância.

Na Oceania:
170 hospitais;
180 dispensários;
 1  leprosário;
360 asilos;
60 orfanatos;
90 jardins de infância.

Na Europa:
 1.230 hospitais;
 2.450 dispensários;
 4 Leprosários;
7.970 asilos;
2.370 jardins de infância.

Além disso, há inúmeras instituições de caridade Católicas espalhadas pelo mundo que operam nos mais diversos campos, como por exemplo, enviando alívio à áreas de desastre ou simplesmente distribuindo alimentos aos necessitados. A mais proeminente dessas organizações é a Caritas Internacional, que atua promovendo justiça social, alívio em zonas de conflito, guerra e de desastres naturais, bem como, a sobrevivência diária dos pobres e marginalizados do mundo.

No Brasil, podemos seguramente dizer que a contribuição da Igreja Católica para a Saúde pública foi mais valiosa do que a de muitos governos já existentes no país. Na década de 50, quando a rede pública de saúde ainda não contava com uma capacidade operacional expressiva, eram as casas de caridade da Igreja Católica que cuidavam das pessoas que não tinham condições de se tratarem em um hospital. As Santas Casas de Misericórdia e Sanatórios eram e continuam a ser dirigidos e subsidiados pela Igreja Católica,  e têm as  freiras e religiosos católicos como importante fonte de recursos humanos.

Seria quase impossível listar e numerar as atividade e contribuições da Igreja Católica no campo da caridade.

 “Tudo o que fizerdes ao mais pequeninos dos Meus irmãos, o fazeis a Mim.” (Mt 25,40)

As Obras de Misericórdia não saíram da moda


Nossos dias são marcados pela pressa, pela agilidade, pela rapidez, pela necessidade de ganhar. Michelangelo passou dezesseis anos pintando a Capela Sistina. Fez isso pela grandeza e pela beleza, pelo sonho e pelo ideal. Se fosse para ganhar dinheiro…

O mundo apressado diz que é importante correr para ganhar.

A vida nos diz que é preciso sonhar. Quem não sonha não vive.

Esse atropelo cotidiano em que vivemos atinge o interior de nossa existência. Acho que você concorda que há uma frieza em nossos relacionamentos, e por isso medimos tudo a partir da razão.

Quer um exemplo?

Não faltam discursos, até muito belos, em favor dos pobres, da erradicação da pobreza; mas os pobres continuam de mãos estendidas, mendigando. Pobres! pobres: continuam na miséria! Só isso demonstra que há algo que não está bom ou não funciona em nosso relacionamento humano.

No mundo apressado não há espaço para se preocupar com a pessoa e muito menos com sua história. Se não há interesse por que comprometer-se? Ainda é bom lembrar quantos amigos temos em vida, e quando se cai doente são poucos os que se lembram de serem amigos de verdade, fazendo-se parceiros nesta hora de dor, de limitação e dificuldades.

Temos de ser artistas e esculpir a arte, a bela arte da vida. E diante do Evangelho de Jesus nasce e renasce para nossa humanidade o sonho de um mundo desejado por Deus. É diante deste mundo vulnerável, frágil e fragmentado que somos chamados para viver a misericórdia divina.

Acolher o doente e oprimido, sepultar os mortos, dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede, dar abrigo aos peregrinos, cobrir quem anda com frio, restabelecer a justiça e solidariedade…

Santa Catarina de Sena nos ajuda a pensar: “Não me afastarei da tua presença enquanto não vir que deles tivestes misericórdia… Que me adiantaria ter a vida eterna se o teu povo tivesse a morte? Por isso eu quero e suplico tenhas piedade do teu povo pela caridade incriada que te levou a criar o homem à tua imagem e à tua semelhança”.

Certamente que para o mundo apressado em que vivemos a atitude de misericórdia dos que creem nos fará entender que não é preciso ter medo. E Deus irá esculpindo a alma humana até que ela alcance a maturidade que gera liberdade e paz. E aí adeus correria e frieza. O mundo será outro, se nos deixarmos convencer que é preciso plantar e sonhar, para poder colher!

Justificação somente pela Fé



Muitos protestantes sabem que os católicos aderem a dois dos importantes "solas" relacionados à salvação: "Sola Gratia" (somente a graça) e "Solo Christus" (somente Cristo), mas poucos sabem que os católicos também podem aceitar a fórmula da justificação somente pela fé ("Sola Fide"), contanto que esta frase seja devidamente entendida.

O termo "pistis" é usado na Bíblia com vários sentidos, variando de fé intelectual (Rm 14,22-23), garantia (At 17,31), e mesmo a fidelidade ou confiança (Rm 3,3; Tt 2,10). Uma importante chave está em Gl 5,6, que fala da fé pela caridade. Na teologia Católica isto é conhecido como "fides formata" ou fé formada pela caridade. O contrário para a fé formada é a "fides informis" ou a fé não-formada pela caridade. Esta fides informis é o estilo de fé descrito em Tg 2,19, por exemplo.

Se um católico rejeita a idéia da justificação somente pela fé, isto depende de qual sentido o termo "fé" está sendo usado. Se é usado se referindo a uma fé não-formada pela caridade, então o católico rejeita a idéia de justificação somente pela fé (que é o assunto de Tiago em Tg 2,19, ninguém é justificado somente pela fé intelectual).

Entretanto, se o termo é usado se referindo a uma fé formada pela caridade, então o católico aceita a idéia da justificação somente pela fé. De fato, nos trabalhos tradicionais da teologia católica, geralmente encontra-se que a fé formada é a fé justificante. Se alguém a possui, está justificado. Ponto.

Um católico poderia, dessa forma, rejeitar a idéia da justificação "sola fide informi", mas concordar com a idéia da justificação pela "sola fide formata". Acrescentar a palavra "formada" para clarificar a natureza da fé em "sola fide" transforma esta doutrina totalmente aceitável ao católico.

Porque, então, os católicos não usam a fórmula da "sola fide" nos discursos diários? Por duas razões:

Primeiro, como a tradição teológica está se desenvolvendo, deve-se decidir quais termos-chave deverão ser usados ou haverá uma confusão indesejada. Por exemplo, durante os primeiros séculos foi decidido que em conexão com a identidade de Jesus o termo "Deus" seria usado como uma identificação em preferência ao nome verdadeiro do Pai. Isto nos permite dizer que Jesus é Deus e isto é entendido. Se o termo Deus fosse usado como um nome próprio para o Pai, teríamos de dizer que Jesus não é Deus. Obviamente, a Igreja não pode aceitar pessoas dizendo que Jesus é Deus e que Jesus não é Deus, apesar de que ambos os termos seriam consistentes com a Trindade dependendo de como o termo fosse usado (isto é, como uma identificação ou o nome próprio para o Pai). Confusões indesejadas (e carregadas de heresias) teriam ocorrido na igreja primitiva se a Igreja não especificasse o significado do termo "Deus" usado contextualmente.

Claro, a Bíblia usa o termo "Deus" nos dois sentidos, mas para evitar a confusão (e entendimentos heréticos da parte dos fiéis, que poderiam se inclinar ao Arianismo mal-interpretando a palavra "Deus" nos sentidos acima) tornou-se necessário adotar um termo em preferência do outro quando se discutisse sobre a identidade de Jesus.

Um fenômeno similar ocorre com a palavra "fé". Líderes evangélicos sabem por experiência própria do que estou falando, pois eles mesmos lutam continuamente contra os entendimentos antinomianos (doutrina herética de Johannes Agrícola, que perverteu a doutrina reformada da "Sola Fide" dizendo que, enquanto as boas obras não são necessárias para a salvação, as más obras não a impede) sobre o termo "fé" (e as correspondentes práticas evangélicas antinomianas e as falsas conversões resultantes). Por ser "fé" um termo tão importante, é necessário que cada escola teológica tenha um uso fixo para ela na prática, mesmo que exista mais de um uso deste termo na Bíblia. Os líderes evangélicos, em resposta aos antinomianos que passaram pelo cenário da igreja americana nos últimos 150 anos, estão atentos em impor um uso uniforme do termo "fé" em suas comunidades para prevenir estes problemas (e que tenham boa sorte nisto, a propósito).

Isto me leva a entender porque os católicos não usam o termo "somente pela fé" ? Sola Fide. Dadas as diferentes formas do termo na Bíblia, a Igreja primitiva teve de decidir qual significado trataria como norma. Seria o de Gálatas 5 ou o de Romanos 14/Tiago 2? A Igreja optou pela última por várias razões:

Primeiro, o sentido em Rm 14 do termo "pistis" é de longe o mais comum no Novo Testamento. É mais sólido pensar nas passagens que requerem o termo "pistis" significando fé formada pela caridade do que seria pensar nas passagens que requerem o termo "pistis" significando crença intelectual, mesmo em Gl 5,6, Paulo teve de especificar que é a fé formada pela caridade que ele está falando, sugerindo que este não é o uso normal do termo nos seus dias.

Segundo, o Novo Testamento geralmente (42 vezes na KJV) fala sobre a fé, significando um corpo de crenças teológicas (Jd 3). A conexão entre "pistis" e crença intelectual é claramente muito forte neste uso.

Terceiro, a teologia Católica focou-se na tríade fé, esperança e caridade, na qual Paulo dedica grande ênfase e que é encontrada em todos os seus escritos, e não somente em 1 Cor 13,13 (apesar deste ser o "locus classicus" para esta), incluindo lugares onde não é óbvia pela tradução inglesa ou pela divisão dos versículos. Se nesta tríade a fé é tomada como significando fé formada então a esperança e a caridade estão colapsadas na fé e a tríade está desfeita. Para preservar a distinção de cada membro da tríade, a Igreja escolheu utilizar o termo "fé" de modo que não se incluísse nas idéias de esperança (confiança) e caridade (amor). Somente fazendo isto os membros da tríade puderam ser diferenciados um do outro.

Dessa forma a Igreja Católica normalmente expressa o núcleo destas virtudes desta forma:

A fé é a virtude teologal pela qual cremos em Deus e em tudo que nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos propõe crer, porque Ele é a própria verdade (CCE 1814).

A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos como nossa felicidade o Reino dos Céus e a Vida Eterna, pondo nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não em nossas forças próprias, mas no socorro da graça do Espírito Santo (CCE 1817).

A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e ao nosso próximo como a nós mesmos, por amor a Deus (CCE 1822).

No uso católico comum, a fé é desta maneira uma incondicional crença no que Deus diz, a esperança é uma incondicional confiança em Deus, e a caridade é um incondicional amor a Deus. Quando somos justificados, Deus coloca todas as três virtudes em nossos corações. Estas virtudes são dadas a cada um dos justificados, mesmo que nossas ações exteriores não as reflitam pela natureza decaída que ainda possuímos. Desta forma uma pessoa pode ainda ter a virtude da fé mesmo que momentaneamente tentado pela dúvida; uma pessoa ainda pode possuir a virtude da esperança mesmo nas tentações ou desesperos, e a pessoa ainda pode ter a virtude da caridade mesmo sendo egoísta. Somente uma direta e grave violação (pecado mortal) de uma destas virtudes as destruirá.

Com o progresso da nossa santificação, estas virtudes em nós são fortalecidas por Deus e nos tornamos capazes de mais facilmente exercer a fé, a esperança e a caridade. Realizar atos de fé, esperança e caridade serão mais fáceis à medida que crescemos na vida cristã (note a grande dificuldade que os novos convertos geralmente experimentam nestas áreas comparadas aos que já estão em elevada maturidade espiritual).

Entretanto, tão logo alguém possua medida de fé, esperança e caridade, este alguém está em estado de justificação. Desta maneira os católicos geralmente usam o slogan soteriológico que nós somos salvos pela fé, esperança e caridade. Isto não discorda com o slogan soteriológico protestante de que somos salvos somente pela fé se o termo "fé" é entendido como a "fé formada" pela caridade ou a fé de Gálatas 5.

Alguém poderia notar, nas definições das virtudes colocadas acima, a similaridade entre a esperança e o modo como os protestantes normalmente definem fé, isto é, como uma incondicional colocação de nossas esperanças nas promessas de Cristo e não nos deixar em nossas próprias vontades, mas sob o auxílio da graça do Espírito Santo. A definição que os protestantes normalmente dão ao termo fé, a Igreja Católica dá ao termo esperança.

Contudo, a idéia protestante de forma alguma exclui o que os católicos referem como fé, na medida que todos os evangélicos dizem (ou deveriam dizer) que uma pessoa com uma fé salvífica irá crer no que quer que seja que Deus diga, porque Deus é absolutamente fiel e incapaz de cometer erros. Desta forma o conceito protestante de fé normalmente inclui o conceito católico de fé e esperança.

Desta forma, se um protestante, além disso, especificar que a fé salvífica é a fé que age pela caridade então os dois slogans soteriológicos tornam-se equivalentes. A razão é que a fé que age pela caridade é a fé que produz atos de amor. Mas a fé que produz atos de amor é a fé que inclui a virtude da caridade, e a virtude da caridade é o que nos permite realizar atos de amor supernatural em primeiro lugar. Então o protestante que diz que a fé salvífica é a fé que opera pela caridade, como em Gálatas 5,6, está dizendo o mesmo que os católicos quando dizem que somos salvos pela fé, esperança e caridade.

Podemos relacionar os dois conceitos como segue:

Idéia protestante sobre a fé = Idéia católica sobre a fé + esperança + caridade

As três virtudes teológicas da teologia Católica são, por isso, assumidas pela (boa) idéia protestante sobre a fé, e o slogan Protestante "salvação somente pela fé" torna-se o slogan católico "salvação (somente) pela fé, esperança e caridade".

Isto foi reconhecido alguns anos atrás na Confissão de Fé da Igreja: Catecismo Católico para Adultos, apresentado na Conferência dos Bispos Alemães, que afirmou:

A doutrina católica... diz que somente uma fé viva em gracioso e entregue amor pode justificar. Ter mera fé sem amor, meramente considerando alguma coisa como verdade, não nos justifica. Mas se alguém compreende a justificação no sentido bíblico pleno, então a fé inclui conversão, esperança, e amor, e a formula luterana [pela fé somente] pode possuir um sentido católico. De acordo com a doutrina católica, a fé inclui tanto a esperança em Deus na base de sua misericórdia provada em Jesus Cristo e pela confissão da obra salvífica de Deus por Jesus Cristo no Espírito Santo. Ainda esta fé nunca estará isolada. Ela inclui outras obras que desviam do pecado e direcionam a Deus... esperança em Deus, e amor por Deus. Estas não são adições extremas e suplementares à fé, mas a revelação da essência da própria fé.1

O mesmo fora reconhecido em um documento escrito alguns anos atrás sob o início da Conferência dos Bispos (Católicos) Alemães e dos bispos do Concílio das Igrejas Evangélicas (Luteranas) da Alemanha. O propósito do documento, intitulado As Condenações da Era da Reforma: elas ainda dividem?, era determinar quais das condenações católico-protestantes do século 16 ainda são aplicáveis à outra parte. Dessa forma, o comitê conjunto que esboçou o documento revisou as condenações de Trento e avaliaram quais delas não mais seriam aplicadas aos luteranos e as condenações da Confissão de Augsburgo e dos Artigos de Smalcald, etc., e avaliaram quais delas não são mais aplicáveis aos católicos.

Quando chegaram ao assunto sobre a justificação somente pela fé, o documento concluiu:

Hoje, a diferença entre nossas interpretações sobre a fé não é mais razão de condenação mútua... ainda que no período da Reforma isto fora visto como uma profunda antítese de última e decisiva força. Por isso dispomos o confronto entre as fórmulas de fé somente, de um lado, e a fé, esperança, e o amor, do outro.

Devemos seguir o cardeal Willebrand e dizer: para o entendimento luterano a palavra "fé" de forma alguma pretende excluir nem as obras, ou o amor ou mesmo a esperança. Devemos verdadeiramente dizer que o conceito luterano de fé, se a tomarmos em seu sentido pleno, certamente significa o que nós na Igreja Católica chamamos "amor" (1970, na Assembléia Geral da Federação Luterana Mundial em Evian).

Se entendermos isto, poderemos dizer o seguinte: se traduzirmos de uma língua a outra, então a questão protestante da justificação pela fé corresponderá à questão católica da justificação pela graça; e do outro lado, a doutrina protestante compreende substancialmente sobre a palavra "fé" o que a doutrina católica (que segue 1 Cor 13,13) coloca sobre a tríade fé, esperança e amor. Mas, neste caso, as rejeições mútuas sobre esta questão não devem mais ser aplicadas em nossos dias. São os cânons 9 e 12 do Decreto Sobre a Justificação do Concílio de Trento e a correspondente condenação na Fórmula [luterana] da Concórdia III, primeiro grupo de rejeições 1-2 [LC (Livro da Concórdia) 547f); cf. CH (Catecismo de Heidelberg), esp 20.

De acordo com a interpretação protestante luterana, a fé que se apega incondicionalmente às promessas de Deus na Palavra e nos Sacramentos é suficiente para justificação ante Deus, com isso a renovação do ser humano, sem o qual não pode haver fé, não pode em si mesma contribuir para a justificação. A doutrina católica reconhece concordar com a protestante em enfatizar que a renovação do ser humano não contribui para a justificação, e certamente não é com uma contribuição que ele poderá aparecer justificado diante de Deus. Todavia ela se sente compelida a enfatizar a renovação do ser humano através da justificação pela graça, por causa do reconhecimento do poder criador de Deus; ainda que esta renovação na fé, esperança e amor não seja certamente nada, mas apenas uma resposta à insondável graça de Deus. Somente se observarmos esta distinção poderemos dizer verdadeiramente: a doutrina católica não negligencia o que a fé protestante entendeu de importante, e vice-versa; e a doutrina católica não mantém o que receiam os protestantes, e vice-versa.2

Em adição à conclusão de que os cânones 9 e 12 do Decreto sobre a Justificação não se aplicam aos protestantes modernos, o documento também conclui que os cânones 1-13, 16, 24 e 32 também não se aplicam aos modernos protestantes (ou pelo menos aos modernos luteranos).3

Durante a redação deste documento, os participantes protestantes perguntaram que tipo de autoridade ele teria na Igreja Católica, e a resposta dada pelo cardeal Ratzinger (que era o correspondente líder católico da Comissão Conjunta) foi que teria uma considerável autoridade. A Conferência dos Bispos Alemães é bem respeitada na Igreja Católica por ser muito cautelosa e ortodoxa e, por essa razão, o documento conteria grande autoridade e peso mesmo fora da Alemanha, onde a Reforma foi iniciada.

Ademais, o líder católico da comissão conjunta foi o próprio Ratzinger, que também é o chefe da Congregação para a Doutrina da Fé em Roma, que é o corpo criado pelo Papa para proteger a pureza da doutrina Católica. Sendo ele mesmo próximo do Papa, o chefe da CDF é o homem responsável por proteger a ortodoxia dos ensinamentos católicos, e o chefe da CDF é o supervisor Católico oficial da redação do documento.

Após o encontro da Comissão Conjunta, o cardeal Ratzinger e o bispo Luterano Eduard Loshe (líder da Igreja Luterana na Alemanha) assinaram uma carta expressando o propósito do documento, afirmando:

"Nosso testemunho comum é contrariado por julgamentos de uma igreja em relação à outra durante o século dezesseis, julgamentos que encontramos na Confissão das igrejas luteranas e reformadas e nas decisões doutrinárias do Concílio de Trento. De acordo com a convicção geral, estas chamadas condenações não mais se aplicam aos nossos parceiros de hoje. Mas isto não deve ser mera persuasão, mas deve ser estabelecido de forma consistente".4

Vi com isto que a comissão concluiu que o cânon 9 do Decreto Tridentino sobre a Justificação não é aplicável aos modernos protestantes (ou pelo menos aos que dizem que a fé salvífica é a de Gálatas 5). Isto é importante porque o cânon 9 é um dos que trata da fórmula "fé somente". Ele afirma:

"Se alguém disser que o pecador é justificado pela fé somente, como entendido que nada mais é requerido para cooperar com a obtenção da graça da justificação... que seja anátema".

A razão porque isto não é aplicável aos protestantes modernos5 é que estes protestantes (pelo menos os honestos) não sustentam a visão condenada neste cânon.

Como todos os documentos católicos do período, ele utiliza o termo "fé" no sentido de crença intelectual sobre tudo o que Deus diz. Desta forma, a visão que está sendo condenada é a idéia de que somos justificados somente por um consentimento intelectual (como em Tiago 2). Podemos recolocar o cânon assim:

"Se alguém disser que o pecador é justificado somente por um consentimento intelectual, como entendendo que nada além deste consentimento é requerido para cooperar com a obtenção da graça da justificação... que seja anátema".

E cada protestante não-antimoniano concordará com isso, desde que em adição ao consentimento intelectual haja arrependimento, confiança, etc.6

Então, Trento não condenou o (bom) entendimento protestante sobre "somente a fé". De fato, o cânon permite que a fórmula seja usada contanto que não signifique que nada além de consentimento intelectual seja requerido. O cânon somente condena a "Sola Fide" se for usada como afirmação de que nada além de um consentimento intelectual para a obtenção da justificação seja requerida. Desta forma, Trento condenou uma interpretação da "Sola Fide", e não a fórmula em si.

Devo mencionar neste ponto que Trento foi inteiramente correto no que fez e que colocou o cânon de maneira a ser corretamente entendida pela fé católica da época. O termo "fé" tinha sido à muito colocada como consentimento intelectual, conforme Rm 14,22-23, Tg 2,14-26, 1 Cor 13,13, etc., e por isso o uso corriqueiro da fórmula "fé somente" teve de ser eliminada da comunidade Católica porque poderia ser entendida como significando aquele consentimento intelectual, somente, o que é condenado em Tg 2 e poderia enviar milhões de almas para o inferno (como faz o ramo antinomiano dos evangélicos hoje em dia).

A Igreja não mais poderia permitir que as pessoas usassem indevidamente a fórmula "sola fide" sabendo o quanto esta poderia ser mal interpretada pelos fies após séculos de um único uso, sem correr o risco de ver pessoas hoje em dia dizendo que Jesus não é Deus (usando Deus como o nome próprio do Pai). A confusão (e condenação) que isto causaria seria em massa. Ainda que a fórmula tenha de fato um significado perfeitamente ortodoxo, não é por isso que será entendido pelas massas. Deve haver uma continuidade na linguagem dos fies ou uma grande confusão ocorrerá.

De fato, alguém pode deduzir que o problema do antinomianismo no protestantismo é produto da tentativa dos reformadores de alterar o uso estável do termo "fé" para incluir mais que o significado intelectual. O verbo inglês "believe" (derivado do Alemão) e o nome inglês "fé" (derivado do francês e ante disso do latim) foram ambas formadas sob o uso cristão histórico do termo "fé" com conotação de consentimento intelectual.

Este é um aspecto profundamente fixado da língua inglesa, que é o porquê os evangelistas protestantes têm de trabalhar duro para explicar aos excomungados porque a fé somente não significa consentimento intelectual somente. Eles devem trabalhar firme nisto porque eles estão enfrentando o uso da língua; os esforços dos reformadores em alterar o significado dos termos "crer" e "fé" não trouxeram significantes frutos fora das comunidades protestantes.

Esta também é uma das razões pela qual a pregação evangélica geralmente cai no antinomianismo. O significado histórico dos termos "crença" e "fé", que ainda são os mesmos fora das comunidades protestantes, tendem a serem utilizados também dentro das comunidades protestantes quando as pessoas não são bem conduzidas, e então resultando em antinomianismo.

Isto reflete um das tragédias da reforma. Se os reformadores não tivessem tentado alterar o uso corriqueiro do termo "fé" e especificado-a em direção à "fé formada", se tivessem adotado o slogan "Sola Fide Formata" ao invés de "Justificatio Sola Fide", tudo isto poderia ser evitado. A Igreja teria aceitado a correta fórmula, a divisão na cristandade poderia ter sido evitada, e não teríamos os problema com o antinomianismo.

Por isso concordo cem por cento com o que Trento concluiu. O uso atual do termo fé em conexão com a justificação não pode ser mais contrariado do que o uso atual do termo Deus em conexão com a identidade de Jesus.

O que ambas comunidades precisam fazer hoje, agora que formas diferentes do termo foram estabelecidas nelas, é aprender a traduzir ambas as linguagens. Os protestantes precisam ser ensinados que a fórmula católica da salvação somente pela fé, esperança e caridade, é equivalente do que entendem por fé. E os católicos devem aprender que (pelo menos pelos não-antinomianos) que a fórmula protestante para a fé somente é equivalente ao que entendem por fé, esperança e caridade.

Seria muito bom se os dois grupos pudessem re-convergir para uma fórmula simples e única, mas isto levaria séculos para desenvolver e como uma conseqüência do aprendizado as duas em traduzir a linguagem teológica uma da outra. Antes que a convergência das linguagens possa ter lugar, o entendimento de que as duas fórmulas quer dizer a mesma coisa deve ser tão comum quanto a prática inglesa de dirigir do lado esquerdo da avenida ao contrário do que fazem os americanos, do lado direito. Isto não acontecerá tão cedo, mas por enquanto devemos fazer o que podemos para ajudar um ao outro a entender o que estamos falando.

Não é necessário dizer, todo este assunto de tradução teológica é muito importante para mim, pois eu era evangélico e hoje sou leal ao entendimento católico e por isso tive de aprender a traduzir os dois vocabulários através de árduas leituras teológicas em dicionários, enciclopédias, teologias sistemáticas, e documentos da Igreja. Por isso que discordo quando escuto algum católico utilizando o cânon 9 como uma condenação à doutrina protestante, ou mesmo os evangélicos, do outro lado.

O fato de "fé" ser normalmente usada pelos católicos para se referir a consentimento intelectual (como em Rm 14,22-23, 1 Cor 13,13 e Tg 2,14-26) é uma razão porque os católicos não usam o termo "fé somente" mesmo que concordem com o que os (bons) protestantes entendam o que ela seja. A fórmula ainda faz menção ao significado histórico do termo "fé".

A outra razão é que, francamente, a própria fórmula (apesar de não expressar o que mostra) é fatalmente anti-bíblica. A frase "fé somente" (grego, "pistis monon"), ocorre exatamente uma vez na bíblia, e sendo rejeitada.

"Vede, pois, que o homem é justificado pelas obras, e não pela fé somente?" (Tg 2,24).

Sem ir ao assunto acerca de qual tipo de justificação está sendo tratada aqui (o que é mal-interpretado pela maioria dos comentários evangélicos sobre o catolicismo, vejam abaixo7), a frase "fé somente" é propriamente rejeitada. Ainda que os protestantes dêem à frase um entendimento teológico ortodoxo, a frase em si é anti-bíblica. Se quisermos conformar nossa linguagem teológica com a linguagem bíblica, devemos conformar nosso uso da frase "fé somente" com o uso desta frase na Bíblia.

Dessa forma, se quisermos conformar nossa linguagem com a linguagem bíblica, devemos rejeitar o uso da fórmula "fé somente" enquanto pregamos que o homem é justificado pela fé e não pelas obras da lei (que os católicos podem e devem pregar, como os protestantes deveriam saber se lessem literatura católica). Tiago 2,24 requer rejeição da primeira fórmula enquanto Romanos 3,28 requer o uso da segunda.8

Assim enquanto os católicos têm boas razões para não usar a fórmula "Sola Fide", eles não negam o que os protestantes não-antinomianos entendem quando eles usam esta fórmula.

Isto me recorda (após muito tempo, mas creio que tenha sido uma frutuosa jornada) ao assunto que eu havia começado. Alguns me perguntaram, porque os católicos não estão sob o anátema de Deus por rejeitarem a fórmula da fé somente? Alguém pode simplesmente dizer que além de acreditarem na justificação somente pela graça e somente por Cristo, os católicos também não têm problema algum com a justificação somente pela fé, contanto que este tipo de fé seja entendido apropriadamente como fé formada/fides formata pela caridade. Os católicos normalmente não utilizam a frase "somente pela fé" pelas duas razões indicadas acima, mas eles não vêem problema em dizerem que somos justificados pela fé somente se esta fé é entendida com a fé descrita em Gálatas 5.

Fonte: Veritates Splendor

Estou em crise de fé! O que eu faço?

Em primeiro lugar é preciso verificar se se trata de uma crise de fé ou lhe tem faltado uma vida oração contínua, que o impede de ver a vida como Deus a vê. Converse com alguém! Toda crise é boa, se bem acompanhada. Depois, pergunte-se séria e serenamente sobre os benefícios que você tem recebido neste tempo difícil. Se for crise de fé, grandes graças estão prontas para você. Se a viver por viver poderá ter grandes prejuízos.

Não existe solução fácil para problema difícil, mas se você rezar e se for acompanhado por alguém maduro só terá o que crescer.

Coragem!
Ricardo Sá - Canção Nova

A Intercessão dos Santos


Desde os tempos apostólicos a Igreja ensina que os que morreram na amizade do Senhor, não só podem como estão orando pela salvação daqueles que ainda se encontram na terra. Tal conceito é conhecido como a intercessão dos santos.

A Doutrina

Sobre a doutrina da intercessão dos santos, o Catecismo da Igreja Católica ensina:

"Pelo fato que os do céu estão mais intimamente unidos com Cristo, consolidam mais firmemente a toda a Igreja na santidade... Não deixam de interceder por nós ante o Pai. Apresentam por meio do único Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, os méritos que adquiriram na terra... Sua solicitude fraterna ajuda, pois, muito a nossa debilidade." (CIC 956)

Por tanto para a Igreja Católica, os santos intercedem por nós junto ao Pai, não pelos seus méritos, mas pelos méritos de Cristo Nosso Senhor, o único Mediador entre Deus e os homens.

Objeções

Os adeptos do fundamentalismo bíblico normalmente apresentam uma série de objeções à doutrina da intercessão dos santos. Neste artigo iremos confrontar as principais:

1a. objeção: Cristo é o único mediador entre Deus e os homens.

Esta é a principal objeção à doutrina da intercessão dos Santos. Os adeptos desta objeção fundamentam sua posição em 1 Tim 2,5 onde lemos: "Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus". Para eles, a Sagrada Escritura não deixa dúvidas de que só Jesus pode interceder pelos homens junto a Deus.

Se isto é verdade, por que São Paulo ensinaria que nós cristãos devemos dirigir orações a Deus em favor de outras pessoas? Vejam 1Tim 2,1: "Acima de tudo, recomendo que se façam súplicas, pedidos e intercessões, ações de graças por todos os homens, pelos reis e por todos os que estão constituídos em autoridade, para que possamos viver uma vida calma e tranqüila, com toda a piedade e honestidade."

No exposto acima não está São Paulo nos pedindo para que sejamos intercessores (mediadores) junto a Deus por todas as pessoas da terra? Estaria então o Santo apóstolo se contradizendo? É claro que não. A questão é que a natureza da mediação tratada no versículo 1 é diferente da do versículo 5.

A mediação tratada em 1Tm 2,5 refere-se à Nova e Eterna Aliança. No AT a mediação entre Deus e os homens se dava através da prática da Lei. No NT, é Cristo que nos reconcilia com Deus, através de seu sacrifício na cruz. É neste sentido que Ele é nosso único mediador, pois foi somente através Dele que recuperamos para sempre a amizade com Deus, como bem foi exposto por São Paulo: "Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos."(Rom 5,19)

Por tanto, a exclusividade da medição de Cristo refere-se à justificação dos homens. A mediação da intercessão dos santos é de outra natureza, referindo-se à providência de Deus em favor do nosso semelhante. Desta forma, o texto de 1Tm 2,5 dentro de seu contexto não oferece qualquer obstáculo à doutrina da intercessão dos santos.

2a. objeção: os santos não podem interceder por que após a morte não há consciência

Os defensores desta objeção usam como fundamento as palavras do Eclesiastes: "Com efeito, os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem mais nada; para eles não há mais recompensa, porque sua lembrança está esquecida" (Ecl. 9,5) e ainda "Tudo que tua mão encontra para fazer, faze-o com todas as tuas faculdades, pois que na região dos mortos, para onde vais, não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria" (Ecl. 9,10).

Já que a Bíblia é um conjunto coeso de livros, não podemos aceitar a doutrina da ?dormição? ou ?inconsciência? dos mortos simplesmente pelo fato de que há versículos claros na Sagrada Escritura que mostram que os mortos não estão nem "dormindo" e nem "inconscientes" (cf. Is 14, 9-10; 1Pd 3,19; Mt 17,3; Ap 5,8; Ap 7,10; Ap 6,10); o que faria alguém pensar que há contradições na Bíblia.

A questão é que os versículos citados do Eclesiastes não fazem referência a um estado mental dos mortos, mas sim ao infortúnio espiritual em que se encontram por causa do lugar onde estão. Os mortos os quais os textos se referem são aqueles que morreram na inimizade de Deus, e não a qualquer pessoa que morreu. Vejamos os versículos abaixo:

"Ignora ele que ali há sombras e que os convidados [da senhora Loucura] jazem nas profundezas da região dos mortos" (Prov 9,18)

"O sábio escala o caminho da vida, para evitar a descida à morada dos mortos" (Prov 15,24)

Os versículos acima mostram que a região dos mortos é um lugar de desgraça, onde são encaminhados os inimigos de Deus. Isto é ainda mais evidente em Prov 15,24. O sábio é aquele que guarda a ciência de Deus, este quando morrer não vai para a "morada dos mortos?. As expressões ?morada dos mortos? ou ?região dos mortos? fazem alusão a um lugar de desgraça, onde os inimigos de Deus estão privados da Sua Graça.

Voltando aos versículos do Eclesiastes, o escritor sagrado ao escrever que para os mortos ?não há mais recompensa?, ?não há mais trabalho, nem ciência, nem inteligência, nem sabedoria?, refere-se unicamente ao infortúnio que existe ?na região dos mortos, para onde? eles vão. Eles quem? Os que estão mortos para Deus.

Por tanto, dentro de seu contexto, os versículos do Eclesiastes também não oferecem qualquer imposição à doutrina da intercessão dos santos.

3a. objeção: os santos não podem ouvir as orações dos que estão na terra porque não são oniscientes e nem onipresentes

São Paulo nos ensina que a Igreja é o corpo de Cristo . Desta forma, os que estão unidos a Cristo através de seu ingresso na Igreja, são membros do Seu corpo. Isso quer dizer que tantos nós que estamos na terra, quanto os que já morreram na amizade do Senhor, todos somos membros do Corpo Místico de Cristo, onde Ele é a cabeça. Vejam:

Ø       São Paulo ensina que a Igreja é corpo de Cristo: "Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja" (Col 1,24)

Ø       São Paulo ensina que somos membros do corpo de Cristo e por isto os cristãos estamos ligados uns aos outros: "assim nós, embora sejamos muitos, formamos um só corpo em Cristo, e cada um de nós é membro um do outro" (Rom 12,5)

Ø       São Paulo ensina que Cristo é a cabeça do seu corpo que é a Igreja: "Ele é a Cabeça do corpo, da Igreja" (Col 1,18)

Isso quer dizer que nós e os santos (que estão na presença de Deus) estamos ligados, pois somos membros de um mesmo corpo, o corpo de Cristo, que é a Igreja.

Assim como minha mão direita não pode se comunicar com a esquerda sem que esse comando tenha sido coordenado pela minha cabeça (caso contrário seria um movimento involuntário), da mesma forma, no Corpo de Cristo os membros não podem se comunicar sem que essa comunicação aconteça através da cabeça que é Cristo. Desta forma, quando nós pedimos para que os santos intercedam por nós junto a Deus (comunicação de um membro com o outro no corpo de Cristo), isso acontece através de Cristo. Assim como a nossa cabeça pode coordenar movimentos simultâneos entre os vários membros de nosso corpo, Cristo que é a cabeça da Igreja e é onisciente e onipresente possibilita a comunicação entre os membros do Seu corpo.

Por tanto, a falta de onipresença e onisciência dos santos não apresenta qualquer impedimento para que eles conheçam ou recebam nossos pedidos e então possam interceder por nós junto a Deus.

4a. objeção: nós não podemos dirigir nossa orações aos santos pois isto caracteriza evocação dos mortos que é severamente proibida na Bíblia.

Esta objeção baseia-se principalmente nos versículos abaixo:

"Não se ache no meio de ti quem pratique a adivinhação, o sortilégio, a magia, o espiritismo, a evocação dos mortos: porque todo homem que fizer tais coisas constitui uma abominação para o Senhor" (Dt 18, 9-14) (grifos nossos).

"Se uma pessoa recorrer aos espíritos, adivinhos, para andar atrás deles, voltarei minha face contra essa pessoa e a exterminarei do meio do meu povo. (...) Qualquer mulher ou homem que evocar espíritos, será punido de morte" (Lev 20, 6 - 27). (grifos nossos).

Conforme vimos, Deus abomina a evocação dos mortos. No entanto, há uma diferença tremenda entre evocar os mortos e dirigir nossos pedidos de orações aos santos.

A evocação dos mortos é caracterizada pelo pedido de que o espírito do defunto se apresente e então se comunique com os vivos como se ainda estivesse na terra. Esta prática é condenada por Deus, pois em vez de confiarmos na Providência Divina quanto ao futuro e às coisas que necessitamos, deseja-se confiar nas instruções dos espíritos. Conforme a Sagrada Escritura dá testemunho em I Samuel 28.

Na intercessão dos santos, não estamos pedindo que o santo se apresente para ?bater um papo? a fim obter qualquer tipo de informação, mas sim, dirigimos a eles nossos pedidos de oração, como se estivéssemos enviando uma carta solicitando algo (o que é bem diferente de evocar mortos). Na intercessão dos santos continuamos confiando na Providência Divina, pois os santos são apenas mediadores, logo, quem atende aos nossos pedidos é Deus.

Desta forma, as proibições divinas quanto à prática de espiritismo não se aplicam à doutrina da intercessão dos santos.

5a. objeção: não há sequer uma única referência bíblica em relação à intercessão dos santos

Há diversos versículos bíblicos que mostram que os santos oram na presença de Deus. Vejamos:

"Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários.  E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o Verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra?  Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos" (Ap 6,9-11).

No trecho acima, os santos estão clamando a Deus por Justiça. Alguém poderia dizer: ?mas eles estão intercedendo por eles mesmos e não pelos que ficaram na terra?. Ora, e o que impede que o façam pelos que estão na terra? São Paulo mesmo não recomenda que oremos pelos outros? (cf. 1Tm 2,1). Por alguma razão estariam os santos incapazes de continuarem orando pelos que estão na terra? Ora, alguém que esteja no seu juízo perfeito, há de convir que, o fato dos santos estarem na presença de Deus, não é motivo impeditivo para que intercedam pelos outros, muito pelo contrário, não há melhor lugar e momento para fazê-lo. Veja ainda:

"Os quatro viventes e os vinte e quatro anciões se prostraram diante do Cordeiro. Tinha cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfumes, que são as orações dos santos" (Ap 5,8). "A fumaça dos perfumes subiu da mão do anjo com as orações dos santos, diante de Deus.? (Ap 8,4).

Nos versículos acima os santos oram para Deus. Por que estariam orando, já que estão salvos e gozando da presença do Senhor? Oram em nosso favor, para que os que estão na terra também possam um dia estar com eles na presença do Senhor.

No livro do profeta Jeremias lemos:

"Disse-me, então, o Senhor: Mesmo que Moisés e Samuel se apresentassem diante de mim, meu coração não se voltaria para esse povo. Expulsai-o para longe de minha presença! Que se afaste de mim!? (Jr 15,1).

No tempo do profeta, ambos Moisés e Samuel estavam mortos. Que sentido teria este versículo caso não fosse possível que os dois intercedessem por Israel?

O Testemunho dos primeiros cristãos

Vejamos agora o que professava os cristãos no tempo em que não havia divisão na Cristandade, em relação à doutrina da intercessão dos santos:

"O Pontífice [o Papa] não é o único a se unir aos orantes. Os anjos e as almas dos juntos também se unem a eles na oração" (Orígenes, 185-254 d.C. Da Oração).

"Se um de nós partir primeiro deste mundo, não cessem as nossa orações pelos irmãos" (Cipriano de Cartago, 200-258 d.C. Epístola 57)

"Aos que fizeram tudo o que tiveram ao seu alcance para permanecer fiéis, não lhes faltará, nem a guarda dos anjos nem a proteção dos santos". (Santo Hilário de Poitiers, 310-367 d.C).

"Comemoramos os que adormeceram no Senhor antes de nós: patriarcas, profetas, Apóstolos e mártires, para que Deus, por suas intercessões e orações, se digne receber as nossas." (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. Catequeses Mistagógicas).

"Em seguida (na Oração Eucarística), mencionamos os que já partiram: primeiro os patricarcas, profetas, apóstolos e mártires, para que Deus, em virtude de suas preces e intercessões, receba nossa oração" (São Cirilo de Jerusalém, 315-386 d.C. Catequeses Mistagógicas).

"Se os Apóstolos e mártires, enquanto estavam em sua carne mortal, e ainda necessitados de cuidar de si, ainda podiam orar pelos outros, muito mais agora que já receberam a coroa de suas vitórias e triunfos. Moisés, um só homem, alcançou de Deus o perdão para 600 mil homens armados; e Estevão, para seus perseguidores. Serão menos poderosos agora que reinam com Cristo? São Paulo diz que com suas orações salvara a vida de 276 homens, que seguiam com ele no navio [naufrágio na ilha de Malta]. E depois de sua morte, cessará sua boca e não pronunciará uma só palavra em favor daqueles que no mundo, por seu intermédio, creram no Evangelho?" (São Jerônimo, 340-420 d.C, Adv. Vigil. 6).

"Portanto, como bem sabem os fiéis, a disciplina eclesiástica prescreve que, quando se mencionam os mártires nesse lugar durante a celebração eucarística, não se reza por eles, mas pelos outros defuntos que também aí se comemoram. Não é conveniente orar por um mátir, pois somos nós que devemos encomendar suas orações" (Santo Agostinho, 391-430 d.C. Sermão 159,1)

"Não deixemos parecer para nós pouca coisa; que sejamos membros do mesmo corpo que elas (Santa Perpétua e Santa Felicidade) (...) Nós nos maravilhamos com elas, elas sentem compaixão de nós. Nós nos alegramos por elas, elas oram por nós (...) Contudo, nós todos servimos um só Senhor, seguimos um só Mestre, atendemos um só Rei. Estamos unidos a uma Cabeça; nos dirigimos a uma Jerusalém; seguimos após um amor, envolvendo uma unidade" (Santo Agostinho, 391-430 d.C. Sermão 280,6)

"Por vezes, é a intercessão dos santos que alcança o perdão das nossas faltas [1Jo 5,16; Tg 5,14-15] ou ainda a  misericórdia e a fé" (São João Cassiano. 360-435 d.C. conferência 20).

Conclusão

Como pudemos ver, a doutrina da intercessão do santos, não é invenção do catolicismo (como pensam alguns), mas sim, uma legítima doutrina cristã, embasa tanto nas Sagradas Escrituras, quanto na Tradição Apostólica. Os primeiros cristãos jamais tiverem dúvidas quanto a ela (note que este tema jamais foi centro de disputas conciliares). Esta doutrina confirma o Amor de Deus para conosco e Seu plano de que sejamos uns para outros instrumentos deste Amor.

Fonte: www.veritatis.com.br