Muitos anos atrás, quando eu estava no processo de conversão ao catolicismo, eu li “catolicismo e fundamentalismo”, escrito pelo fundador de um site de apologética católica, Karl Keating. Constava naquele livro uma citação do Bispo Fulton Sheen, que é reconhecido por frequentemente discutir o fenômeno da intolerância anticatólica: não existem mais que cem pessoas nos Estados Unidos que odeiam a Igreja Católica, existem milhões, que de forma equivocada, odeiam a Igreja porque pensam que ela ensina coisas que na verdade não são ensinadas- que, naturalmente, uma coisa é bem diferente da outra. Dizer o que a Igreja ensina é uma coisa, agora, imaginar que a Igreja ensina assim ou assado é outra coisa... Como alias, se nós católicos acreditamos em todas as inverdades e mentiras que são ditas contra a Igreja, nós odiaríamos a Igreja muito mais que eles.
Quando eu leio uma declaração sobre uma pessoa famosa, eu sempre procuro uma nota de roda pé, e Karl, no seu livro, providenciou uma. Na hora, eu não pensei muito sobre o assunto. Simplesmente continuei lendo sobre a diferença entre a crença Católica e a crença dos Protestantes Fundamentalistas.
Alguns anos mais tarde, a internet explodiu e eu comecei a ver essas citações (que na hora da leitura tinha ignorado) em todos os lugares, até mesmo como “memes” no facebook; era mencionado nos debates virtuais e correia pelos e-mails. O problema é que nunca vi a tal citação trabalhada da mesma forma que foi no livro. O número de pesquisas usando as palavras que o Bispo Sheen tinha dito era enorme.
Finalmente, eu decidi que tinha que rastrear a citação. Mas já fazia muito tempo que tinha visto a tal citação e não conseguia mais a encontrar. Depois de semanas pesquisando em livros de anticatolicismo, que pensava que lá eu poderia achar, eu achei a citação do Bispo... e me lembrei que Karl tinha citado a fonte original.
Você poderia pesquisar e pesquisar nos livros que você não encontraria. Isso porque a citação é parte de um prefacio que o Bispo escreveu para a “Radio Replies”, ao terceiro volume de perguntas e respostas sobre fé Católica, do Padre Leslie Rumble e Charles Carty, padre apologista do século XX. O prefacio é bastante longo, mas vale a pena ler na integra. Minha parte favorita do prefacio é quando Sheen argumenta sobre uma “marca” não oficial da Igreja de Cristo que seria odiada pelo mundo:
Se eu não fosse católico e estivesse procurando a verdadeira Igreja hoje, eu poderia procurar uma igreja que não se desse bem com esse mundo, em outras palavras, eu procuraria a igreja que o mundo odeia. Minha razão para tal atitude é que se Cristo está em todas as igrejas do mundo, ainda assim ele continuaria sendo odiado como ele foi quando esteve corporalmente presente entre nós. Se você se encontrasse com Cristo hoje, então encontraria a Igreja que não se dá bem com esse mundo.
Procure a Igreja que é odiada no mundo como Cristo também foi. Procure a Igreja que é acusada de ser ultrapassada, como Cristo foi acusado de ser ignorante. Procure a Igreja que os homens escarneiam como se fosse uma sociedade inferior, assim como acusaram Cristo de ser Nazareno. Procure a Igreja que é acusada de ter um demônio como Cristo também foi acusado de estar possuído por Belzebu, o príncipe dos demônios. Procure a Igreja que, em tempos de fanatismo, os homens dizem que deve ser destruída, como crucificaram Cristo e achavam que estavam fazendo isso para agradar a Deus. Procure a Igreja que é rejeitada pelo mundo porque ela afirma ser um pilar infalível, como rejeitaram a Cristo quando Ele afirmou ser a Verdade. Procure a Igreja que é rejeitada pelo mundo, da mesma forma que Cristo foi rejeitado pelos homens.
Procure a Igreja que em meio à confusão de conflito de opiniões por seus membros, é a Igreja amada de Cristo e o rebanho respeita a voz do seu Pastor.
Só o que é propriamente divino pode ser infinitamente amado e odiado. A Igreja é divina (Rádio Replies, vol. 1, prefácio, p. Ix, ligeiramente editados para facilitar a leitura).
Termino o artigo afirmando mais uma vez: procurem a Igreja Católica.
** Traduzido para o Veritatis Splendor por Thiago Rodrigo da Silva. Do original em inglês "Quotes and Rumors of Quotes", do website Catholic Answers.
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